Dez vezes maior que o Super Bowl, Copa do Mundo é um dos maiores negócios do esporte. São mais de 3 bilhões de espectadores e bilhões em receita para a FIFA, mostra relatório do BTG Pactual
Novo relatório da equipe de Equity Research do banco BTG Pactual, divulgado nesta terça-feira, 22, e assinado pelos analistas Carlos Sequeira e Eduardo Rosman, compilou os principais números de receita e audiência envolvendo a Copa do Mundo.
A competição tem a segunda maior audiência dentre eventos esportivos, à frente das Olimpíadas e só atrás do Tour de France, de ciclismo, que tem maior duração em horas (são 21 dias de prova, enquanto os jogos na Copa do Mundo ocorrem só algumas vezes por dia ou menos).
Na indústria da Copa do Mundo, a audiência está concentrada principalmente na final, com um terço dos espectadores só nessa partida.
TV e marketing lideram receita
Nem toda a receita da Copa está concentrada no mês do evento, e parte do faturamento e acordos vêm ao longo do ciclo de quatro anos entre uma disputa e outra.
Ainda assim, mais de 70% da receita da FIFA, associação internacional de futebol e organizadora da competição, gerada em ano de Copa — o que dá boa dimensão sobre o impacto direto da competição, aponta o relatório.
Então, ao longo do ciclo completo da indústria da Copa do Mundo do Catar, a expectativa que a só receita da FIFA feche em US$ 6,44 bilhões de dólares. São US$ 4,6 bilhões estimados para 2022 e o restante, já computado nos anos anteriores.
Na FIFA, a maior parte do dinheiro vem dos direitos de televisão. Mas, no ciclo que antecedeu a Copa da Rússia em 2018, o último com números fechados, a receita total foi de US$ 6,42 bilhões, sendo metade com direitos de transmissão (49% do total, ou US$ 3,3 bilhões). Em seguida vieram direitos de marketing, como patrocínios (29%).
A divisão do faturamento na FIFA é parecida à que já acontece nos clubes. Nos times, seja no Brasil ou na Europa, metade do faturamento também está na venda dos direitos de TV dos campeonatos locais, apesar dos avanços em receita de marketing no futebol nos últimos anos.
Dessa forma, um destaque dos autores a dimensão dos investimentos feitos para transmissão da Copa na América do Sul. Mas, a receita de transmissão da FIFA obtida com os sul-americanos é menor do que na Europa, mas, comparativamente ao PIB, a taxa é muito maior.
Regiões que gastam mais com o Futebol
O número, segundo o relatório, mostra “quais regiões dão mais importância ao futebol” em relação ao tamanho da economia.
A escolha do Catar como sede em 2022 é um símbolo desse movimento, sendo o primeiro árabe da história a sediar uma Copa do Mundo. Há críticas à escolha do país em frentes como direitos humanos, a mudança de data para fugir do verão impraticável no Oriente Médio e a falta de tradição dos catares no futebol (o que a derrota por 2×0 para o Equador na abertura da competição deixou dolorosamente à mostra).
Sendo assim, estima-se que a Copa no Catar custou US$ 220 bilhões, a mais cara da história. O montante inclui construção de estádios e um plano de investimento em infraestrutura até 2030.