A cidade autônoma Melilla, no Marrocos, foi surpreendida pela entrada repentina de mais de 10.000 migrantes
Cerca de 240 migrantes da África subsaariana saltaram a cerca da fronteira entre Marrocos e Melilla e conseguiram entrar no enclave espanhol, em uma das chegadas mais numerosas dos últimos anos, indicaram as autoridades do país europeu.
Essa entrada ocorre pouco mais de dois meses depois que uma onda de migração sem precedentes atingiu Ceuta, outro enclave espanhol no norte do Marrocos.
Naquela época, a cidade autônoma foi surpreendida pela entrada repentina de mais de 10.000 migrantes – a maioria jovens e adolescentes marroquinos – causando uma grande crise diplomática em Madrid e Rabat.
No total, mais de 300 pessoas tentaram escalar (22/7) a cerca que delimita a fronteira entre Marrocos e Melilha. Eles utilizaram “ganchos”, conforme detalhado em comunicado da delegação do governo espanhol em Melilha.
Três policiais ficaram levemente feridos
Mesmo presença policial, 238 pessoas conseguiram entrar no enclave. Três policiais ficaram levemente feridos e os migrantes foram transferidos para um centro de recepção para serem colocados em quarentena devido à situação de saúde.
Ceuta e Melilla, as únicas fronteiras terrestres da União Europeia com a África, estão sujeitas a forte pressão migratória há anos. As tentativas de saltar estas cercas de vários metros de altura são bastante frequentes. Esta última entrada de 200 pessoas é uma das mais importantes dos últimos anos em Melilla.
A onda migratória de maio ocorreu num contexto de crise diplomática entre Madrid e Rabat, provocada pela internação num hospital espanhol para tratar as complicações do coronavírus de um dos dirigentes da Frente Saharaui Polisario, Brahim Ghali, ferrenho inimigo da Marrocos.
A tensão diplomática aumentou entre os dois países, com o país europeu acusando o africano de “agressão” e “chantagem”. Ghali deixou a Espanha em junho e foi para a Argélia, apoiado pela Polisario, mas as tensões continuam.
Ft: telam