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O projeto Horta da Esperança, do CPAIG, em parceria com o Tribunal de Justiça, é uma grande oportunidade para ressocialização de detentos. Foto: Divulgação

SENAR-MS: Horta é oportunidade de ressocialização para detentos e alimentação para comunidade

Entenda sobre o projeto Horta da Esperança

Semente que passa a ser muda e se transforma em alimento. É na “Horta da Esperança”, um projeto do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira (CPAIG), em Campo Grande, que nasceu uma parceria entre o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e a Agepen/MS, com apoio do Senar/MS. A iniciativa da horta oferece oportunidade aos detentos uma chance de recomeço através do cultivo de frutas, legumes e verduras.

Entenda sobre o projeto de horta do CPAIG, que visa oferecer oportunidade de ressocialização a detentos

O nome do projeto faz referência a reintegração dos internos através do trabalho no plantio, assim como a confiança de uma alimentação melhor para a comunidade que recebe os alimentos. A saber, com o apoio de 10 internos, a horta produz alface, cheiro-verde, abacaxi, tomate, jiló, berinjela, abobrinha e outros alimentos, e já possibilitou a doação de mais de 7 toneladas de produtos para a população.

O solo ensina

A princípio, o Senar/MS é responsável pela supervisão técnica que ensina, por meio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), as melhores práticas de cultivo.

Presente desde o início do iniciativa, explica que, no começo, não existia nenhum plantio ou produção. “Montamos o projeto, acompanhamos a implementação, orientamos as tecnologias como a fertirrigação, cultivo protegido, irrigação, escalonamento de produção e muito mais, além de manejo das produções, sempre adaptando e melhorando.”

Adiel Rodrigues, diretor do CPAIG, relembra a contribuição do Senar/MS para os resultados da ação. “Se não fosse pela assistência, seria difícil atingir o padrão que temos hoje. Eles elogiam e trazem outras pessoas para visitar nossa horta e ver que o modelo funciona.”

Além de cultivarem a terra, os internos cultivam também a esperança de um novo começo, ganhando a chance de reduzir suas penas. “A cada ano de trabalho, eles diminuem 105 dias de pena,” explica Adiel, com orgulho pelo impacto que a atividade proporciona. Cada um deles também recebe um salário-mínimo, que pode ser utilizado para ajudar no sustento da família ou nos estudos.

Nutrir o futuro

A saber, quando é hora da colheita, Adiel informa às escolas envolvidas. Neste mês, a beneficiada foi a Escola Estadual Sílvio Oliveira dos Santos, no bairro Aero Rancho. O diretor Leandro Pedrini destaca que a iniciativa é a possibilidade de uma vida mais saudável para os alunos. “Muitos deles não teriam a oportunidade de acesso a uma alimentação saudável. Agora, eles conseguem levar isso para casa.”

Detentos e funcionários, no CPAIG, preparam-se para separar os produtos da horta, que serão divididos em 150 pacotes. Contudo, na escola, os alunos ajudam a organizar os kits, montando cuidadosamente, buscando a variedade de verduras.

Após a montagem, a equipe chama alunos de diferentes turmas para receber os produtos. Leandro explica a dinâmica de entrega. “Primeiro chamamos os alunos que fazem parte de programas de assistência social. O restante, distribuímos aos demais.”

Rayssa Vieira, aluna de 15 anos, ajudou a montar os kits e, antes mesmo da entrega, já separou o seu pacote. Portanto, com um sorriso, ela expressa sua gratidão. “Me sinto privilegiada por estudar em uma escola que coloca a saúde em primeiro plano.”

“Engrenagem”

Adiel Rodrigues reafirma que todos os envolvidos são “agentes transformadores”, e que a equipe do Senar é considerada integrante da equipe do CPAIG. No entanto, ele relembra que os resultados vêm com cada um que compõe o processo. “É uma engrenagem, que todos fazem sua parte.”

O técnico do Senar/MS relembra o desenvolvimento que a iniciativa proporcionou. “É gratificante ver que estamos cada vez melhor, com pessoas que são dedicadas e abraçaram o projeto juntos. Eu não conhecia esse ambiente e tive outra visão trabalhando lá. Contudo, a sociedade enxerga a penitenciária como algo problemático, com o projeto podemos mostrar que conseguimos contribuir com sociedades carentes, escolas, instituições e na ressocialização dos internos.”

Fonte: Agência do Brasil/AB