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Guerra na Ucrânia e impactos no Porto de Santos. Um sinal de alerta para possíveis aumentos nos custos de frete marítimo

Guerra na Ucrânia e impactos no Porto de Santos

Os ataques da Rússia à Ucrânia pode gerar aumento nos custos de frete marítimo

Não há duvida de que a guerra na Ucrânia pode causar impactos no Porto de Santos.  Dessa forma, o conflito acende um sinal de alerta para um possível aumento nos custos de frete marítimo. Assim como problemas nos desembarques de fertilizantes no Porto.

Com isso, segundo especialistas no tema, dependendo da duração do conflito no Leste da Europa, até a safra brasileira de commodities pode ser impactada. Como resultado da falta de insumos importados.

Kiev e Kharkiv, as duas maiores cidades da Ucrânia, foram bombardeadas e atacadas com mísseis. Contudo, as ofensivas da Rússia foram feitas por terra, ar e mar.  Bem como, trata-se do maior ataque de um país europeu contra outro do mesmo continente desde a Segunda Guerra Mundial.

Essa guerra interfere com as exportações e importações quem passam pelo Porto Santos relacionados à Ucrânia

Por último, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu o recuo das tropas. Além disso, diversos países condenaram os ataques. Em contrapartida, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que distribuiu armas aos ucranianos. Por outro lado a Rússia justifica que a ação militar é para proteger separatistas. E ainda, ameaçou quem tentar interferir.

Antes de mais nada, o Brasil tem uma corrente de comércio, que é a soma das exportações e importações, da ordem de US$ 438 milhões com a Ucrânia. Tudo isso, gera um superávit a favor do nosso País de US$ 15 milhões, de acordo com o economista Helio Hallite.

A partir de Santos, há exportações, principalmente, de açúcar, milho, café, carne bovina, frango e amendoins, afirma o especialista.

Especialista não acredita em paralisação de operações nos portos russos

O especialista em comércio exterior não acredita em paralisação de operações nos portos russos. “Não creio que as operações entre Brasil e Rússia sejam afetadas enquanto esse conflito estiver restrito entre esses dois protagonistas.

Não penso na hipótese de uma terceira guerra mundial. Um evento dessa magnitude seria mais trágico que a pandemia”, destacou Hallite.

No entanto, o economista Fabrizio Pierdomenico aponta que o conflito entre Rússia e Ucrânia trará efeitos colaterais de curto, médio e longo prazos. Mas isso tem relação direta com tempo que a crise durar.

Ontem, já houve grande variação do preço do barril do petróleo, que chegou a custar US$ 105. Segundo o especialista, isso contamina os preços em todos os mercados. Podendo causar, entretanto, reajustes de taxas de fretes marítimos, rodoviários e ferroviários. E como resultado, isso vai representar uma alta de inflação ao consumidor final.

Tanto a Rússia quanto a Ucrânia são importantes fornecedores de Insumos

Todavia, o maior risco, segundo Pierdomênico, tem relação com insumos. “Tanto a Rússia quanto a Ucrânia são importantes fornecedores de fertilizantes. Porém, é um tipo de compra que se tem estoque. No entanto, não é uma compra diária, como trigo e petróleo.

Se essa guerra se prolongar, paralisando as indústrias russas e ucranianas, podemos ter desabastecimento de fertilizantes no mercado mundial”.

Contudo, se isso ocorrer, segundo ele, os impactos podem ser muito fortes para a economia brasileira. Mesmo porque  o agronegócio necessita desses insumos para garantir a produção. A princípio, no Porto de Santos, além das importações de fertilizantes, as exportações de cargas como soja e milho também poderão ser impactadas.

A guerra deve causar desabastecimento global de milho e trigo

“Podemos falar que a guerra deve causar desabastecimento global de milho e trigo. Quem tem vai segurar seus estoques e a Ucrânia, que tem market share relevante, não vai fornecer.

Com o trigo, poderá haver desabastecimento no médio prazo e um aumento de preços, já que estamos falando de um item que está na cesta básica do consumo”, afirmou Pierdomenico.

O Brasil pode ter uma dependência maior de outras áreas que cultivam trigo e milho

O coordenador do curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Fabiano Menezes, também aponta impactos relacionados a essas cargas.

“A Ucrânia é um grande produtor de milho e trigo no mercado mundial. Juntos, Rússia e Ucrânia produzem cerca de 30% do milho que o mundo compra.

Evidente que o Brasil é um player maior nesse setor, mas dependendo de chuvas que possam afetar a produção local, pode ter uma dependência maior de outras áreas que cultivam trigo e milho. Pode encarecer o pão na padaria, o milho, o etanol. Pode haver uma necessidade, e para o Brasil seria interessante, porque vai haver uma oferta de produção”.