A operação, batizada internamente de “Operação Atlas”, ocorrerá no estado de Roraima
As Forças Armadas brasileiras estão planejando realizar um dos seus maiores exercícios militares de 2025 nas proximidades da fronteira com a Venezuela. Com foco no treinamento das tropas para uma possível escalada de tensão com o regime de Nicolás Maduro. A operação, batizada internamente de “Operação Atlas”, ocorrerá no estado de Roraima, região de difícil acesso, mas estrategicamente importante para o Brasil.
Objetivo principal
A Operação Atlas visa, além de treinar as tropas brasileiras, demonstrar o poder de dissuasão do Brasil. Assim, mostrando sua capacidade de resposta caso haja uma nova escalada de hostilidade vinda da Venezuela. A ação está programada para ocorrer no primeiro semestre de 2025. Com um grande deslocamento de veículos blindados e não blindados, além da participação de cerca de 8 mil oficiais.
“O objetivo principal da Operação Atlas é o treinamento em um ambiente de difícil acesso e a demonstração de força para dissuadir qualquer ameaça à nossa soberania”, destacou um oficial ligado ao planejamento da operação.
Contexto de tensão regional
O movimento de preparação ocorre em meio a crescentes movimentações militares venezuelanas próximas às fronteiras com o Brasil e a Guiana. Assim, incluindo a construção de pequenas pistas de pouso e acampamentos de lona. Em 2023, o regime de Maduro havia ameaçado invadir a região de Essequibo, na Guiana, o que aumentou a preocupação no Brasil e nas potências ocidentais. A estratégia militar da Venezuela é considerada uma ameaça. Especialmente devido à liderança do ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, e aos altos oficiais militares que sustentam Maduro no poder.
Embora a retórica de Maduro tenha diminuído sobre o Essequibo, as Forças Armadas brasileiras mantêm um alto nível de vigilância e preparação, especialmente após o fechamento da fronteira com o Brasil pela Venezuela após a posse de Maduro.
Planejamento logístico e mobilização
O principal palco da operação será Roraima, e o treinamento deve durar cerca de 15 dias. A operação também se concentrará no desenvolvimento das capacidades logísticas e de transporte do Brasil. Nesse sentido, essenciais para o deslocamento de tropas e equipamentos em uma região com acesso limitado. A atuação das três Forças Armadas — Exército, Marinha e Aeronáutica — está prevista, embora a Marinha tenha expressado resistência devido ao terreno predominantemente terrestre e fluvial da região.
A operação coincide com a realização da COP30, em Belém, mas fontes militares afirmam que o exercício visa mais a preparação das tropas do que uma demonstração de poder no evento.
Sinal para as potências ocidentais
De acordo com fontes próximas ao planejamento, a Operação Atlas também busca enviar um sinal claro para Estados Unidos e Europa, demonstrando que o Brasil está comprometido com a estabilidade regional e não depende de apoio externo para resolver qualquer crise com a Venezuela. Essa postura ganhou força após sinais de apoio dos Estados Unidos à Guiana, incluindo visitas de autoridades militares como a ex-comandante do Comando Sul, Laura Richardson.
“O Brasil não assistirá passivamente a qualquer ameaça. A Operação Atlas é uma demonstração de nossa capacidade de resposta e compromisso com a soberania nacional”, afirmou uma fonte militar envolvida no planejamento.
A Relação com Maduro e a Guiana
Embora o governo brasileiro tenha tentado acenar com uma aproximação ao regime de Maduro, especialmente durante as eleições de 2024, fontes ligadas à segurança nacional interpretaram as ações dos Estados Unidos e a resistência de Maduro como uma sinalização de que o Brasil deve manter uma postura firme em relação a possíveis agressões. A Guiana, que reivindica a região de Essequibo, tem uma forte relação histórica com os Estados Unidos e a Inglaterra. Desse modo, isso também pesa nas estratégias regionais.
Fonte: cnn