A desburocratização do mercado favorece o país na disputa com outros produtores do mineral
Com a exploração de lítio o Brasil pode se tornar um dos grandes produtores mundiais e as ações do governo federal para retirar as limitações existentes desde 1997 ao comércio exterior devem contribuir com a exploração do mineral.
Contudo, Bolsonaro revogou, no mês passado, as medidas que mantiveram por 25 anos a obrigatoriedade de autorização prévia da Comissão Nacional de Energia Nuclear para a realização de exportações do material.
Então, considerado “de interesse para a energia nuclear”, o lítio ganhou novos usos com o passar das décadas e hoje é estratégico para a transição energética, com destaque para sua ampla utilização na fabricação de baterias para veículos elétricos.
Dessa forma, com a desburocratização desse mercado, a perspectiva é que o Brasil tenha melhores condições de competir com outros produtores globais de lítio. Por isso, o Ministério de Minas e Energia, o fim das restrições à exportação do lítio brasileiro promove abertura que pode “posicionar o Brasil de forma competitiva na cadeia global e atrair investimentos para pesquisa e produção mineral”.
Isso pode viabilizar mais de R$ 15 bilhões em investimentos até o final desta década, concentrados no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, onde está a maior parte das reservas do mineral no país.
Sendo assim, é esperada ainda geração de 7 mil empregos diretos apenas na mineração e mais de 84 mil postos de trabalho diretos e indiretos ao longo das cadeias produtivas do lítio.
“A medida também representa um passo fundamental para ampliar o olhar da indústria automotiva e atrair investimentos para a produção de veículos elétricos no Brasil”, informou em comunicado o ministério.
Por exemplo, a demanda deve crescer 40 vezes até 2040 da exploração de lítio
O uso do mineral está crescendo à medida que a indústria mundial está investindo na fabricação de veículos elétricos. Ao ganhar mais espaço, a busca pelo lítio — utilizado na fabricação de baterias — também aumenta.
Dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) revelam que 2021 foi de recorde nas vendas de carros elétricos, que chegaram a 6,6 milhões de unidades — o dobro do registrado no ano anterior.
Além do paralelo já consolidado, as vendas globais continuam subindo fortemente em 2022. Só no primeiro trimestre, a produção de veículos elétricos aumentou 75% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 2 milhões de automóveis eletrificados.
Números da consultoria S&P Global mostram que a demanda pelo lítio deve atingir 2 milhões de toneladas até 2030; até 2040 a demanda deve crescer mais de 40 vezes, projeta a IEA, um prato cheio para os produtores.
Fonte: revistaoeste