Não existem evidências para apoiar uma ligação entre a depressão e a serotonina
Em grande maioria, casos de depressão recebem tratamento com antidepressivos que equilibram a serotonina, neurotransmissor conhecido como o hormônio da felicidade. Todavia, novos estudos justificaram a ideia do tratamento.
De acordo com pesquisadores da University College London, com publicação na Molecular Psychiatry, o artigo concluiu que não existem evidências para apoiar uma ligação entre as duas variáveis, mas explicou que não significa que o atual tratamento não funcione.
“Acho que podemos dizer com segurança que, após uma grande quantidade de pesquisas conduzidas ao longo de várias décadas, não há evidências convincentes de que a depressão seja causada por anormalidades da serotonina, particularmente por níveis mais baixos ou atividade reduzida da serotonina”, disse Joanna Moncrieff, psiquiatra da University College London, principal autora do estudo.
“A popularidade da teoria do ‘desequilíbrio químico’ da depressão coincidiu com um enorme aumento no uso de antidepressivos”, explicou Moncrieff. “As prescrições de antidepressivos aumentaram dramaticamente desde a década de 1990, com um em cada seis adultos utilizando na Inglaterra e com 2% dos adolescentes recebendo prescrição de um antidepressivo”, declarou ela.
Prevalência da depressão no Brasil
É um problema médico grave e altamente prevalente na população em geral. De acordo com estudo epidemiológico a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. Segundo a OMS, a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico.
De acordo com a OMS, a depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de ônus, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados por todas as doenças durante a vida. Ocupa 1º lugar quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). A época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade.
Estudos mostram prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres e 12% para os homens.
Fonte: msn