“Ainda estamos avaliando, mensurando os impactos e compensações em função de eventual ajuste em questão da reoneração da folha e isso vai ser reacomodado. Mas no momento estamos com patamar de receita indo em linha com o programado. Precisamos zelar para não perder a base tributária, base fiscal, pois foi um desafio muito grande para recuperar. Eventuais medidas que retiram receitas precisam compensar e esse é o norte do nosso trabalho aqui”. Disse em coletiva de imprensa para comentar os resultados de janeiro.
Os dados divulgados na quarta também apontam para o crescimento de 6,8% nas despesas.
Impacto
Segundo Ceron, parte desse impacto vem da despesa previdenciária. Que teve redução de R$ 6,3 bilhões nas receitas não administradas e aumento de R$ 3,1 bilhões nas transferências por repartição de receita em janeiro.
“Tem uma questão de base de comparação que eu acho que impacta. Mas lembrando que existe um limite definido de despesa. A questão previdenciária tem obrigação e chama a atenção tanto no regime geral, quanto no regime próprio, militares e pensionistas, têm uma dinâmica que precisa olhar com atenção, mas tem um trabalho todo”, disse.
“Pelo lado da despesa, também precisa fazer um balanço para verificar se existe algum bloqueio, em função de um crescimento da obrigatória que gere uma previsão acima do que há de disponível de orçamento do exercício. Portanto teria que ser feito um bloqueio ou remanejamento para despesas obrigatórias. Mas isso ainda é o primeiro mês e vamos observar”, continuou.
Os dados do Tesouro também apontam para um rombo de R$ 234,9 bilhões no acumulado em doze meses. Equivalente a 2,1% do PIB, e só perde para o mesmo mês em 2021, ano de pandemia, quando o déficit chegou a 947,1 bilhões. Aliás, ambos os valores estão corrigidos pela inflação.
Aliás, o secretário afirmou que parte desse valor ainda do impacto do pagamento dos precatórios realizados em dezembro do ano passado, quando o governo desembolsou R$ 92 bilhões.
Segundo o Tesouro Nacional, o aumento real da receita líquida no mês derivado do ingresso de R$ 12,9 bilhões nas receitas administradas e de R$ 3,4 bilhões na arrecadação líquida para a Previdência Social.
A pasta destaca também:
- Aumento de R$ 6,5 bilhões na Cofins, devido à recomposição parcial da tributação sobre combustíveis e pelo bom desempenho do setor financeiro;
- Aumento de R$ 3,8 bilhões no Imposto sobre a Renda Retido na Fonte, com destaque para o IRRF – Rendimentos do Capital (+R$ 2,3 bilhões), resultado da arrecadação decorrente da tributação dos fundos de investimento exclusivos;
- Aumento da CSLL no montante de R$ 2,6 bilhões, bastante influenciado pela arrecadação de empresas do setor financeiro;
- Redução no recebimento de dividendos da Petrobras no valor de R$ 6,6 bilhões.
Fonte: cnn