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CNI vê avanço no encontro entre Lula e Trump. Presidente da entidade disse que diálogo é um passo importante para retomar exportações Foto: Ag. Brasil

Encontro Lula-Trump representa “avanço concreto” em negociações, diz CNI

CNI vê avanço no encontro entre Lula e Trump

A Confederação Nacional de Indústria (CNI) declarou (26) que o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa um “avanço concreto” na tentativa de suspensão do tarifaço contra as exportações brasileiras.

Em nota à imprensa, o presidente da entidade, Ricardo Alban, disse que o início do diálogo entre os dois países é um passo importante para a retomada das exportações.

“O anúncio do início das negociações sobre o tarifaço, com disposição real das duas partes para alcançar um acordo, é um passo relevante. Acreditamos que teremos uma solução que vai devolver previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, fortalecendo a indústria e o emprego no país”, declarou.

Após o encontro entre Lula e Trump, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que a primeira reunião entre as diplomacias do Brasil e dos Estados Unidos para revisão do tarifaço ocorreu ainda neste domingo.

As negociações foram conduzidas pelo próprio chanceler, que teve auxílio do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Fernando Elias Rosa. Pelo lado norte-americano, as negociações foram conduzidas pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Em julho deste ano, Trump anunciou um tarifaço de 50% sobre todos os produtos brasileiros que são exportados para os Estados Unidos. Em seguida, ministros do governo brasileiro e do Supremo Tribunal Federal (STF) também foram alvo da revogação de vistos de viagem e outras sanções pela administração norte-americana.

Como foi o encontro entre Lula e Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na madrugada desta segunda-feira (27), que está confiante em um acordo rápido com os Estados Unidos.

“Vocês sabem que, se depender de mim e de Trump, vai ter acordo”, disse o presidente a repórteres durante coletiva de imprensa realizada na Malásia.

A fala ocorreu após o encontro de Lula com o presidente americano, Donald Trump, na 47ª reunião da cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), em Kuala Lumpur.

Não houve anúncio de suspensão do tarifaço

Apesar do otimismo, não houve anúncio de suspensão imediata das tarifas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros. Uma nova reunião em Washington deve acontecer nas próximas semanas, envolvendo representantes de ambos os países.

“Foi surpreendentemente boa a reunião que tive com Trump”, afirmou Lula.

“Rolou muita sinceridade na nossa relação. É bem possível que vocês fiquem surpresos com a afinidade do Estado americano e o Estado brasileiro”, completou.

O presidente destacou que a negociação direta entre chefes de Estado é, sobretudo, fundamental para resultados.

Sem intermediários

Segundo ele, intermediários, às vezes, dificultam o diálogo. Ainda assim, afirmou: “Agora não tem mais intermediário. Agora é o presidente Lula com o presidente Trump. Gostemos ou não, temos que assumir a responsabilidade como chefes de Estado”.

Lula detalhou, primeiramente, que entregou a Trump um documento com todas as reivindicações do Brasil. Incluiu, ainda, a suspensão das taxações aplicadas com base em informações que considerou equivocadas. Além disso, ressaltou que o país tem histórico de superávit comercial com os Estados Unidos. Portanto, negou a alegação de déficit que motivou a imposição das tarifas.

Além da questão tarifária, o presidente abordou, também, outros temas na conversa, como Venezuela, mineração, etanol e açúcar. Do mesmo modo, tratou das relações com a China. Em síntese, enfatizou que o Brasil está aberto, acima de tudo, a discutir todos os assuntos.

Sobre a Malásia e o BRICS, Lula afirmou que o Brasil apoiará a entrada do país no bloco. Ele também destacou, acima de tudo, a importância de manter boas relações com todos os parceiros internacionais. Não pretende privilegiar um país em detrimento de outro. Mencionou, ainda, Estados Unidos, China e União Europeia.

Por fim, o presidente encerrou a coletiva com otimismo e pragmatismo. “Em poucos dias teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil”, afirmou.

É assim que volto para o Brasil satisfeito e certo de que tudo vai dar certo para o povo brasileiro”.

Fontes: Ag. Brasil e cnn