Ao invés do carvão para assar os cortes, utiliza-se lenha de angico, árvore típica do Cerrado e também encontrada no Pantanal
Comum nas fazendas de Mato Grosso do Sul, o churrasco pantaneiro reserva sabores especiais aos turistas que visitam o estado. O prato preparado sempre pelos peões é feito com cortes comuns de carne. A diferença, portanto, está no modo de assar os pedaços.
O peão Valdeci Farias Cintra, de 30 anos, trabalha na pousada Caiman em Miranda, a 203 quilômetros de Campo Grande. Ele explica que um dos segredos do churrasco pantaneiro é o fogo de chão. “As brasas devem ficar um pouco mais longe da carne. Demora um pouco mais para assar, mas deixa o churrasco com um sabor diferenciado”, explica o peão.
Ao invés do carvão, utiliza-se lenha de angico para assar os cortes. Trata-se de uma árvore típica do Cerrado e também encontrada no Pantanal. “O fogo, portanto, deve consumir a lenha até que ela fique em brasas”, detalha.
No lugar dos espetos de inox, por exemplo, a carne é fincada em “varas de pau”, feitas de forma artesanal pelos próprios peões. De acordo com Cintra, a madeira utilizada é de uma árvore, também típica do Cerrado, conhecida como “espeteira”.
Nas fazendas, o churrasco pantaneiro é acompanhado por arroz branco, mandioca e um prato muito apreciado pelos sul-mato-grossenses, a sopa paraguaia. A especiaria, feita à base de farinha de milho e queijo, se assemelha a uma torta.
Além disso, a refeição é animada com modas de viola, cantadas e tocadas pelos próprios peões pantaneiros.