Essa descoberta da China ajudaria a revelar mais a história da lua
O rover Yutu-2 descobriu dois glóbulos macroscópicos de vidro translúcido durante sua exploração no chamado lado oculto da Lua. Poderia potencialmente ajudar a revelar a história do nosso satélite natural. Já está em um artigo científico aceito pela revista Science Bulletin. E será publicado na edição do próximo sábado (26), descrevendo essa incrível descoberta feita pela missão Chang’e-4, da China.
De acordo com o estudo, o rover lunar chinês capturou as imagens dos dois glóbulos translúcidos usando sua câmera panorâmica. Não obteve-se nenhuma informação referente à composição dos objetos. No entanto, de acordo com a pesquisa, sua morfologia única e seu contexto local sugerem que eles são provavelmente vidros de impacto – ocasionados pela condensação de anortositos – em vez de ser de origem vulcânica ou entregues de outros corpos planetários, segundo os pesquisadores.
Anortositos da lua
Anortositos lunares estão, portanto, entre as principais rochas dos relevos altos da Lua, que se formaram no oceano de magma lunar.
Zhiyong Xiao é principal autor da nova abordagem. Ele diz, no entanto, que os glóbulos são diferentes das amostras de contas de vidro coletadas pelas missões Apollo. “Pois são maiores em tamanho e exibem cores”.
Xiao é professor e associado no Laboratório de Pesquisa Ambiental e Astrobiológica Planetária da Universidade Sun Yat-sen, na China. Seu foco de estudo é, portanto, em processos de superfícies planetárias, especialmente a formação de crateras de impacto e a história de impacto em corpos do sistema solar interior.
Terras altas lunares
Ainda de acordo com o novo estudo, já se previa que os glóbulos de vidro seriam abundantes nas terras altas lunares. Fornece, dessa maneira, alvos promissores de amostragem que poderiam revelar a história dos impactos iniciais da Lua.
Lançada em 8 de dezembro de 2018, a sonda Chang’e-4 fez o primeiro pouso suave na Cratera Von Karman, na Bacia do Polo Sul-Aitken, no outro lado da Lua, em 3 de janeiro do ano seguinte. Até agora, Yutu-2 viajou mais de 1km no lado mais distante da Lua.
Fonte: Bitmag, Mixmisturado, Olhar Digital, Galeriadometeorito