Simular uma batalha envolve muitas variações difíceis de calcular mesmo com os computadores mais poderosos
Pesquisadores do Instituto de Automação da Academia da China de Ciências, em Pequim, criaram uma inteligência artificial capaz de desenvolver estratégias militares superiores às idealizadas por humanos. A tecnologia, dizem seus criadores, também passou no teste de Turing, usado para medir se o grau de inteligência de uma máquina é indistinguível do dos humanos.
Assim, jogos de guerra são exercícios que simulam diferentes situações de um conflito militar e que servem tanto como treinamento quanto para desenvolver estratégias ou prever possíveis resultados. A tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores chineses chama-se ‘AlphaWar’, nome que faz referência a ‘AlphaGo’. A inteligência artificial criada pela empresa britânica ‘DeepMind’ que conseguiu conquistar o título mundial no complicado jogo de tabuleiro Go.
Como contamos no segundo episódio de Control Z: The Definitive War, esse tipo de inteligência artificial tática terá um papel muito importante nas guerras do futuro. Especialmente se uma inteligência artificial for alcançada, que é semelhante ao dos humanos. Em princípio, essas ferramentas servirão apenas para realizar análises estratégicas que permitam aos generais humanos tomar decisões mais rapidamente.
Embora, como disse Paul Sharre, diretor de estudos do Center for a New American Security (CNAS) e autor do livro ‘Army of None: Autonomous Weapons and the Future of War’. A implementação de armas autônomas na guerra pode levar a cenários em que as decisões estratégicas devem ser tomadas em segundos. Portanto, dar o controle das operações a uma IA tática pode ser a única maneira de obter vantagem sobre o inimigo.
A Inteligência Artificial é um estrategista melhor do que os humanos
Simular uma batalha envolve muitas variações difíceis de calcular mesmo com os computadores mais poderosos. Segundo os pesquisadores, uma campanha militar moderna pode incluir um grande número de combatentes, pessoal de apoio, diferentes tipos de armas e oponentes.
Além disso, ao competir contra seres humanos, como acontece com as IAs que enfrentam mestres em jogos como Go ou xadrez. Eles podem cometer erros ou apresentar soluções imaginativas que podem obter bons resultados que a máquina não considera possíveis. Aliás, esses tipos de decisões no campo de batalha, diz a equipe, são muito difíceis para esses tipos de cérebros sintéticos aprenderem ou imitarem.
Segundo o artigo publicado pelos pesquisadores na revista científica chinesa Acta Automatica Sinica na semana passada, e ecoado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, o ‘AlphaWar’ melhora seus resultados aprendendo com estrategistas militares ou jogando contra si mesmo. Conseguindo inventar estratégias mais eficientes do que as dos humanos. Embora, segundo os pesquisadores, ele continue cometendo erros e a coordenação entre unidades. E o uso de armas ainda lhe custe mais do que estrategistas de carne e osso.
Generais sintéticos que estão há anos em fabricação
No entanto, como aponta o jornal de Hong Kong, a tecnologia que os pesquisadores apresentaram já estava desenvolvida em 2020. Além disso, foi justamente nesse momento que ela passou com sucesso no teste de Turing. A equipe de pesquisa acredita que ainda há espaço para melhorias. E que combinar ‘AlphaWar’ com modelos linguísticos como ‘ChatGPT’ pode aumentar o desempenho do sistema.
Fonte: El Confidencial