CarbonControl marca avanço na gestão ambiental de Mato Grosso do Sul
O sistema CarbonControl, plataforma digital de gerenciamento de emissões e remoções de GEE (Gases de Efeito Estufa) foi lançado (10) oficialmente pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), na programação de abertura do III Fórum Estadual de Mudanças Climáticas de Mato Grosso do Sul, que acontece até quarta-feira (11) no município de Bonito.
Com o CarbonControl, o Governo do Estado vai aprimorar o registro de inventários de emissões de GEE, além do cálculo do balanço de carbono. Também vai oferecer mais agilidade e eficiência para empresas e indivíduos que realizam atividades com impacto ambiental. A ferramenta implementada pelo Imasul regulamenta a Resolução da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação/SEMADESC 23/2023, que estabelece diretrizes para o Registro Público Voluntário de Emissões Anuais de GEE.
Meta é que MS seja reconhecido internacionalmente como Carbono Neutro até 2030
“O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio do PROCLIMA (Programa Estadual de Mudanças Climáticas), estabeleceu ações e medidas para que o Estado seja reconhecido internacionalmente como Carbono Neutro até 2030. Além disso, a Semadesc publicou uma resolução. Dessa forma, exige a apresentação do inventário de gases de efeito estufa para empreendimentos que precisam de licenciamento ambiental”, lembrou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
O CarbonControl será um instrumento fundamental. Assim, vai consolidar dados sobre o controle de emissões no estado. Além disso, automatizará o envio de informações, bem como facilitará a análise técnica de inventários ambientais, tanto voluntários quanto obrigatórios para o processo de licenciamento ambiental.
Plataforma representa avanço tecnológico
O diretor-presidente do Imasul, André Borges, apresentou o CarbonControl no III Fórum Estadual de Mudanças Climáticas de Mato Grosso do Sul. Além disso, ressaltou que a plataforma “representa um avanço tecnológico significativo. Este sistema traz mais modernidade aos nossos processos. Bem como oferece mais transparência e eficiência na gestão ambiental. Assim, consolida Mato Grosso do Sul como um estado que valoriza o desenvolvimento sustentável”.
Todas as pessoas físicas e jurídicas cujas atividades gerem emissões ou remoções de GEE deverão utilizar o CarbonControl. Isso inclui registros obrigatórios, limitados ao licenciamento ambiental, e também registros voluntários para empreendimentos que buscam melhorar suas práticas sustentáveis. As atividades monitoradas abrangem operações rurais relacionadas ao Cadastro Ambiental Rural de Mato Grosso do Sul (CARMS) e urbanas, não vinculadas ao CARMS.
Combustão estacionária e combustão móvel
O sistema abrange diversas fontes de emissão de GEE com foco inicial. Entre as categorias principais monitoradas estão a combustão estacionária, que gera emissões a partir da queima de combustíveis em instalações fixas, como usinas e caldeiras, com destaque para dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O). A combustão móvel, por sua vez, refere-se às emissões provenientes de veículos em movimento, como automóveis e caminhões, devido à queima de combustíveis como gasolina e diesel. O sistema também monitora emissões fugitivas, que são vazamentos acidentais de gases, como o metano, em sistemas de refrigeração ou gasodutos.
No setor industrial, são relacionadas emissões resultantes de reações químicas não associadas à combustão, como na produção de cimento ou reservas de metais. Já nas operações agrícolas, o foco se refere às emissões geradas pelo uso de fertilizantes e pela agricultura entérica em animais. Além disso, o CarbonControl monitora as emissões decorrentes de mudanças no uso do solo, como o desmatamento ou a conversão de áreas naturais para fins agrícolas. O sistema também monitora emissões associadas ao tratamento de resíduos sólidos e efluentes líquidos, como compostagem e aterros sanitários.
Área rural
Para as atividades ligadas ao Cadastro Ambiental Rural (CARMS), o sistema CarbonControl faz uma integração direta com os inventários reportados. Isso garante que os dados fornecidos estejam em conformidade com os padrões estabelecidos pelo GHG Protocol Brasil, utilizados exclusivamente no cálculo de emissões e remoções de GEE.
Existem dois tipos principais de inventários que poderão ser registrados no sistema. Além disso, os inventários vinculados ao CARMS abrangem atividades em propriedades rurais. Por outro lado, os não relacionados ao CARMS também abrangem atividades em propriedades rurais. Os inventários não relacionados ao CARMS também se relacionam a atividades urbanas. Dessa forma, essas atividades ocorrem fora do cadastro rural.
O CarbonControl gera um relatório detalhado do balanço de emissões e remoções de carbono (CO2e). Os técnicos responsáveis deverão calcular as remoções de carbono e, em seguida, inseri-las na plataforma. Os fatores de remoção utilizados devem seguir as normas publicadas pelo Imasul e pela SEMADESC. Ao final do processo, as empresas recebem um relatório completo, permitindo ajustes estratégicos para reduzir emissões e adotar práticas mais sustentáveis.
Avanços na gestão ambiental
O lançamento do CarbonControl marca um avanço na gestão ambiental de Mato Grosso do Sul. Além disso, consolida o compromisso do Governo do Estado no enfrentamento às mudanças climáticas. Além do mais, aumenta a transparência no monitoramento das emissões de GEE. Assim sendo, o sistema incentiva as empresas a adotarem práticas alinhadas com os compromissos globais de sustentabilidade.
“O Imasul lançou um novo sistema que combina o controle de GEE com o potencial de retenção de carbono no solo e no crescimento. Esse sistema valoriza áreas preservadas, como o Pantanal e o Cerrado, além das práticas agrícolas sustentáveis no estado. Com ele, as empresas podem calcular tanto as emissões quanto as retenções de carbono, mesmo que a inclusão de retenções seja voluntária. O objetivo é equilibrar esses fatores, incentivando a redução de emissões e reforçando a meta do estado de se tornar Carbono Neutro até 2030”, comentou o fiscal ambiental Romulo Louzada.
Fonte: Semadesc