No Brasil, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste
Era só um exame de rotina, mas ao pegar o resultado, o diagnóstico: câncer de mama. A primeira reação, claro, foi de desespero. O medo de não ver os netos crescerem tomou conta da agente de saúde Natividade Aparecida Draco Veloso, de 52 anos.
Ela conta que sempre manteve os exames em dia. Como agente de saúde, ela sabe da importância da prevenção em qualquer doença. E quando uma “dorzinha” começou a incomodá-la no lado esquerdo do seio não teve dúvidas, foi checar o que era.
“À noite quando eu ia dormir meu seio ficava latejando. Eu demorei para ir ao médico, uns dois meses. Primeiro liguei no Hospital do Amor para marcar uma mamografia, mas como eu tinha feito uma há pouco tempo não pude repetir. Então eu fui ao posto do Nova Bahia e pedi para a médica um ultrassom da mama. Foi Deus”, conta.
O tumor estava embaixo da axila e não apareceu na mamografia. A ultrassonografia foi essencial para o diagnóstico precoce. Assim que percebido o tumor, a médica também solicitou uma biópsia, que constatou que era invasivo, e em seguida dona Natividade já estava encaminhada no Sisreg para fazer a cirurgia.
“Eu descobri em 17 de junho de 2021, logo depois já marcaram a cirurgia, as quimioterapias, foi muito rápido. Fiz seis 6 sessões de quimio, de 21 em 21 dias. Agora já estou em remissão. Não constou mais nada, graças a Deus. Eu estou muito feliz”, diz.
Dona Mariete Leandro da Silva também já pode ser considerada curada. Ela descobriu o câncer de mama ao fazer exames de rotina na Unidade de Saúde do bairro. “Eu cheguei lá e me encaminharam para a mamografia. Quando saiu o resultado, me disseram que eu teria que repetir o exame, ai já desconfiei”, diz.
Tratamento contra o câncer de mama
Os médicos então repetiram a mamografia, pediram uma biópsia e um ultrassom – que constatou o câncer. “Quando eu recebi os resultados eu fiquei muito triste e preocupada, na minha família nunca teve um caso de câncer de mama. Então eu fiquei com medo. Todos nós ficamos, porque quando alguém tem câncer, a família toda adoece junto”, diz.
Aos poucos os médicos foram acalmando dona Mariete e explicaram pra ela, que apesar de o câncer de mama ser o 2º câncer mais comum nas mulheres, é também o com mais chance de cura se descoberto precocemente. Aliás, são 95% de chance de cura.
Com a boa notícia e esperanças restauradas, dona Mariete teve a cirurgia marcada. Ela precisou retirar um pedaço da mama, mas o procedimento foi um sucesso! Agora ela está em acompanhamento.
“Eu nem precisei fazer quimioterapia, foi apenas sessão de rádio. Eu me recuperei muito rápido”, diz.
Quem confirma é a agente de saúde da região Roseli Graciele Ortega Inácio, que a acompanhou durante todo o processo. “Atendo esta área aqui há 4 anos. A importância do agente de saúde é exatamente esta, a prevenção. Ir à casa dos moradores e facilitar que eles vão ao posto de saúde, fazer os exames, conversar com eles, incentivar eles, dizer que não dói, que é rápido”, conta.
Ela lembra que no caso as Mariete, tudo correu muito bem, porque ela sempre se preveniu. “Ela sempre estava fazendo direitinho. Assim que terminou o período critico da pandemia ela foi atualizar os exames e vimos que (o câncer) estava bem no início, tanto que ela nem precisou fazer quimio, só radioterapia. De fato, a prevenção é o melhor remédio. Quanto antes descobrir, melhor é o tratamento e chance de cura”, diz.
Câncer de Mama no Brasil
No Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, com taxas mais altas nas regiões Sul e Sudeste. Assim, para o ano de 2022 foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres (INCA, 2019a). Além disso, no Mato Grosso do Sul, o índice do INCA aponta 850 novos casos da doença.
No entanto, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais incidente entre mulheres. Para o ano de 2022 foram estimados 16.710 casos novos, o que representa uma um risco considerado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres (INCA, 2021).
Portanto, o câncer de colo do útero quando diagnosticado em fase não invasiva ou em estágio I tem altas chances de cura (entre 80 e 90%). Há chance em estágios posteriores, mas ela diminui conforme o quadro estiver mais avançado.
Sendo assim, mulheres com idade entre 24 e 64 anos podem realizar o exame de Papanicolau e para a mamografia de rastreamento (quando não há sinais nem sintomas), de 50 a 69 anos, uma vez a cada dois anos. Portanto, estes exames têm nas unidades básicas de saúde durante todo o ano. Somente entre janeiro a julho deste ano foram realizados 19.405 exames. São ofertados na rede municipal 8 mil agendamentos por mês nas 73 unidades de saúde.
Outubro Rosa
Para conscientizar, prevenir e combater o câncer de mama e de colo uterino, a Prefeitura de Campo Grande lançou a campanha Outubro Rosa.
Com a ação, estão sendo lançados dois sistemas de agendamento e acompanhamento on-line: “Sistema para cuidar da Saúde da Mulher” e “Sistema de identificação de Condição Permanente”.
Ao acessar o link disponibilizado no site da Sesau, a mulher poderá fazer o autoagendamento do exame de preventivo. A paciente irá se cadastrar, selecionar a unidade mais próxima e agendar a data e o horário para fazer a coleta do exame.
O outro sistema voltado a identificação de pacientes que tenham fibromialgia, em atendimento a uma Lei Municipal. O paciente irá fazer o cadastro para solicitar o cartão da pessoa com fibromialgia. O mesmo deverá anexar os laudos e documentos requeridos que serão encaminhados para análise e posterior emissão do documento. O acompanhamento deverá ser feito pelo próprio sistema.
Fonte: PM de Campo Grande