Campo Grande amanhece sem ônibus
Os moradores de Campo Grande enfrentaram um início de manhã caótico nesta quarta-feira (22), após motoristas de ônibus cruzarem os braços em protesto contra o atraso no pagamento do vale. Nenhum transporte coletivo saiu das garagens nas primeiras horas do dia, e os terminais, que normalmente ficam lotados no início da manhã, amanheceram completamente vazios.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU), Demétrio Freitas, a paralisação foi motivada por um impasse financeiro entre o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura Municipal, no que se refere a atraso do adiantamento salarial.
“Hoje, de manhã, o Consórcio me comunicou que não vai conseguir honrar o pagamento do vale. Segundo eles, não tem dinheiro porque a Prefeitura está deixando de pagar repasses em atraso. Com isso, repassaram para a gente que não vai pagar hoje e não informaram a data. Tomaremos as medidas necessárias para que todos recebam o quanto antes”, afirmou Freitas.
Frota permanece nas garagens
De acordo com o sindicato, os ônibus devem voltar a circular caso haja avanço nas negociações. Até lá, toda a frota permanece parada nas garagens, causando transtornos aos passageiros.
Os preços dos aplicativos de transporte aumentaram imediatamente após a paralisação. Além disso, aplicativos dispararam os valores nas primeiras horas da manhã. Motoristas cobram até R$ 28 por trechos que costumam custar R$ 17. Também registraram corridas mais longas, de cerca de 14 km, com valores de R$ 77. Usuários relataram esses aumentos nas redes sociais, revelando o impacto da paralisação na tarifa dos apps.
Nos terminais Bandeirantes, Morenão e General Osório, o cenário foi de total tranquilidade, mas também de ausência de movimento, já que os passageiros não tinham ônibus para embarcar.
A paralisação pegou de surpresa os usuários que acordam ainda de madrugada. Além disso, um passageiro relatou que encontrou os portões fechados do terminal. “Levei minha filha ao terminal às 5h e nos deparamos com os portões fechados”, afirmou, destacando a paralisação dos ônibus nas primeiras horas da manhã. A Prefeitura de Campo Grande e Consórcio Guaicurus, contudo, não se manifestaram oficialmente sobre a paralisação. Portanto, o espaço segue aberto para posicionamentos.
Fonte: Primeira Página