Mobiliza usuários das redes sociais e também busca arrecadar recursos por meio de doações
Uma campanha da ONU – Organização das Nações Unidas está chamando atenção para a situação de vulnerabilidade de crianças que foram forçadas a deixar seus países. A iniciativa, colocada em prática através do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mobiliza usuários das redes sociais em torno do mote #RefugiadosTêmDireitoÀInfância e também busca arrecadar recursos por meio de doações.
De acordo com dados reunidos pelo Acnur na última edição do relatório anual Tendências Globais, em 2020, cerca de 26,4 milhões de pessoas se submeteram a deslocamentos forçados e estão fora de seus países. Quase metade deles, portanto, tem menos de 18 anos.
“As crianças são particularmente afetadas durante as crises de deslocamento. Especialmente se o deslocamento se arrastar por muitos anos. Novas estimativas do Acnur mostram, como resultado, que quase um milhão de crianças nasceram como refugiadas entre 2018 e 2020. Muitos deles correm o risco de permanecer no exílio nos próximos anos, alguns potencialmente para o resto de suas vidas”, diz o relatório.
Preparados para viver por meio da campanha da ONU
O Acnur pontua, nesse sentido, que os deslocamentos forçados são experiências traumáticas que nem adultos estão preparados para viver.
“É especialmente desafiador garantir o melhor interesse das crianças em risco. Inclui crianças desacompanhadas ou separadas de suas famílias. Cerca de 21 mil crianças desacompanhadas ou separadas apresentaram, em suma, novos pedidos de asilo em 2020 (2%), em comparação com 25 mil um ano antes (1%). Considera-se que os novos pedidos de asilo em 2020 caíram um milhão devido à covid-19, este número é desproporcionalmente alto”, acrescenta o documento.
Matrícula para refugiados
Dados coletados pelo Acnur em 40 países entre março de 2019 e março de 2020 mostram, dessa maneira, que a taxa bruta de matrícula para refugiados no nível primário foram de 68%. Já para jovens no nível secundário foi de apenas 34%.
Criado em 1950 pela ONU para assegurar e proteger os direitos das pessoas em situação de refúgio em todo o mundo, o Acnur é responsável pela articulação de uma rede de organizações sociais e entidades do terceiro setor. Elas desenvolvem, portanto, ações em frentes variadas que incluem cursos de português, capacitação profissional, encaminhamento de crianças para a escola, concessão de auxílios sociais e financeiros, atendimento psicossocial, entre outras ações. As doações financiam essas medidas.
Dado no Brasil
Em alguns locais mais críticos, o Acnur também realiza ações diretas. No Brasil, isso ocorre em Roraima, devido a preocupações com a situação na fronteira com a Venezuela. Dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) revelam, dessa maneira, que 65% das 82.552 pessoas que solicitaram refúgio ao país no ano de 2019 eram venezuelanos.
O Brasil recebeu, em 2020, um total de 6.350 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado apresentadas por crianças menores de 15 anos. A maioria são, portanto, venezuelanas (5.580), seguida por haitianas (344) e cubanas (130). Ainda aparecem na lista crianças refugiadas de Angola, Colômbia e Síria, entre outras.
Fonte e foto: agencia brasil