67% dos brasileiros querem intervenção no preço da gasolina
Metade dos brasileiros não concorda com a privatização da Petrobras. Aliás, preferem que o governo siga com o controle da estatal. Esses dados de acordo com os resultados da nova pesquisa PoderData, divulgados nesta terça (3).
Segundo o levantamento, apenas 33% da população disse ser favorável à entrega da empresa para privatização. Nesse sentido, os dados quando comparados ao último levantamento em que a pergunta foi feita, em março do ano passado, indicam uma variação ainda dentro da margem de erro.
No entanto, 67% defende que governo atue diretamente na política de preços da estatal. Bem como, 50% dos que responderam a entrevista disseram ser contra a venda da empresa para iniciativa privada.
A pesquisa também mostrou que apoiadores do atual governo, que estão entre aqueles que avaliam Bolsonaro como ‘ótimo’ ou ‘bom’, são mais favoráveis a venda da empresa. Assim sendo, 57% deste segmento que acha que o Brasil deveria entregar este ativo para empresários privados.
Além disso, a pesquisa desta terça revelou que 67% dos brasileiros querem que o governo federal interfira na política de preços praticada pela empresa. Com o objetivo de baixar o valor dos combustíveis.
Gasolina e diesel: os maiores vilões da inflação
Jair Bolsonaro (PL), no entanto, se nega a mudar a política de valoração dos produtos. Que faz o emparelhamento com preços internacionais e leva dos preços em dólar. Apesar da gasolina e o diesel são os dois dos maiores vilões da inflação na atual gestão do ex-capitão. Sua atual política levou a gasolina ao patamar recorde no Brasil, passando a custar 7,27 reais por litro. Já o diesel tem o seu segundo pior momento da história ao custo de 6,73 reais. Os dados são da ANP com registro na última semana.
Entretanto, ao serem questionados sobre o tema, só 26% dos entrevistados apontaram que não concordam com essa intervenção na empresa para conter novos avanços no preço dos combustíveis. Este nível de opositores a uma intervenção governamental na empresa é ainda menor entre os mais pobres. Somando, dessa forma, só 17% neste grupo. Ante 77% de indicações favoráveis à medida.
Aliás, o tema está no centro do debate público. Já que candidaturas do campo progressista, como Lula (PT) e Ciro Gomes (PDT), defendem mudanças na política de preços da estatal. Isso caso sejam eleitos, em especial o fim da chamada ‘dolarização’.
E dessa forma, são a favor da privatização da Petrobras. Sobretudo para poder controlar o preço dos combustíveis.
No entanto, o candidato da extrema-direita, Bolsonaro, indica que deve manter a atual política caso se mantenha no poder. Há ainda aqueles, como João Doria (PSDB), que defendem a privatização da Petrobras como principal solução para o problema.
Em resumo, a pesquisa foi realizada entre os dias 24 a 26 de abril e conta com 3 mil entrevistas por telefone em todo o Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.