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O país tem avançado em soluções ESG e consegue rastrear as commodities que serão exportadas para a Europa e qualquer outro lugar do mundo

Brasil tem tecnologia para rastrear produção do agronegócio

Quem desejar exportar soja e outras commodities ao mercado europeu terá que demonstrar que não houve nenhuma ligação com o desmatamento

O Brasil tem tecnologia e empresas capazes de cumprir as novas regras anunciadas pela União Europeia contra o desmatamento em abril de 2023. Com a primeira solução para negociações de commodities do mundo baseada em blockchain tecnologia que agrupa um conjunto de informações que se conectam através de criptografia. Aliás, o país tem avançado em soluções ESG e consegue rastrear as commodities que serão exportadas para a Europa e qualquer outro lugar do mundo.

“A Gavea (startup nacional) tem a capacidade de informar para o comprador onde aquela commodity teve produção, se o produtor cumpriu as regras socioambientais exigidas. Nós fizemos recentemente um piloto internacional, em que 60 mil toneladas de soja tokenizada foram negociadas do Brasil para a Suíça através do porto de Rotterdam, na Holanda, demonstrando que todos esses princípios são seguidos.” Disse, Vítor Uchôa Nunes, CEO da Gavea Marketplace.

Como tudo funciona essa tecnologia no Brasil

  • Vítor Uchôa explica que quando um produtor digitaliza parte da sua colheita para vendê-la, transformando-o em um token. Tecnologia executa uma série de verificações que fazem referência cruzada às coordenadas fornecidas pelo agricultor com servidores do Ibama e das secretarias estaduais.
  • Esse processo permite dizer se houve violações na produção, como o desmatamento em florestas. Também é possível cruzar os dados com o do Ministério Público do Trabalho para procurar relatórios sobre condições análogas à escravidão na produção.
  • Segundo o CEO da empresa, essa é uma forma mais ágil e confiável do que a auditoria tradicional. Já que a verificação é em tempo real. Ou seja, quem compra já sabe onde a produção vem desde o início.

Contexto

A condução do estudo de caso (case study) e a verificação da solução feitas pela pesquisadora Julie Sigles Robert, ligada à Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Aliás, ela apresentou os resultados durante o Trade Hub, evento ligado à universidade inglesa e conduzido pelo Centro Global de Monitoramento da Conservação, ligado ao Programa para o Meio Ambiente da ONU (UNEP-WCMC).

De acordo com a medida anunciada pela União Europeia, quem desejar exportar soja e outras commodities ao mercado europeu terá que demonstrar que não houve nenhuma ligação com o desmatamento. Assim, é preciso apresentar declarações oficiais provando que toda a cadeia de suprimentos não está ligada a qualquer bioma destruído, antes que os produtos embarquem para os países que fazem parte da União Europeia.

“Nós criamos validações que comprovam essas informações ESG e toda rastreabilidade do produto. Por isso, empresas e os produtores brasileiro que seguem as regras de mercado e socioambientais podem e devem ficar tranquilos. Assim, o Brasil já tem a tecnologia necessária para cumprir mais essa exigência. Aliás, nossa tecnologia também beneficia as empresas e o mercado consumidor europeu, já aderentes à nova legislação.” Fala Vítor Uchôa Nunes, CEO da Gavea Marketplace.

Fonte: portalleiseletras