Brasil negocia exportação de gordura animal para o Japão

O governo do Brasil afirmou (2) que concluiu negociação sanitária com o Japão para exportação de produtos à base de gordura de aves, suínos e bovinos para aquele país, enquanto busca uma autorização para vender carne bovina à nação asiática.

A abertura para os produtos à base de gordura de aves, suínos e bovinos, utilizados como ingredientes na fabricação de ração animal e “pet food”, amplia a presença brasileira em um dos mercados mais exigentes do mundo, disse o Ministério da Agricultura, em nota.

O Brasil, aliás, já é um grande fornecedor de soja. Ele também fornece milho e carne de frango ao Japão. Além disso, quer exportar carne bovina. Este é um objetivo de longa data que ganhou impulso após visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março ao país.

A Reuters informou anteriormente que as negociações se concentravam em fornecedores do Sul do Brasil. O objetivo era abrir o mercado japonês à carne bovina brasileira.

Um memorando do governo brasileiro, emitido após uma visita técnica de autoridades japonesas em junho, mostrou que Brasília respondeu “a um questionário para a importação de carne bovina da região Sul da República Federativa do Brasil”, nomeando Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. A nota do ministério não faz menção ao processo relacionado à carne bovina.

Carne bovina do Sul será a primeira a chegar ao mercado japonês

Primordialmente, a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira é um antigo sonho do agronegócio nacional. Portanto, o processo deve começar pelos estados do Sul do Brasil.

Em primeiro lugar, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul foram os primeiros estados brasileiros a obter o status de área livre de febre aftosa, sem vacinação. Contudo, o Brasil só alcançou essa condição em todo o seu território nacional no fim de maio.

Quando o Brasil avançou nas negociações com o Japão, em março, destravando a fase de auditoria, então o governo solicitou que houvesse liberação das compras inicialmente para os estados que já possuíam o selo de livre de aftosa sem vacinação à época.

O Japão, à primeira vista, é considerado um dos mercados mais rigorosos do mundo, visto que suas exigências sanitárias são muito altas. Ademais, o procedimento de abertura, que foi negociado por mais de 20 anos, conta com cerca de 12 etapas.

A estratégia é obter a habilitação para esses três estados e, em seguida, pedir a inclusão do restante do país. Isso é possível, visto que agora todo o território brasileiro tem o certificado.

Fonte: cnn