Déficit nas transações de contas externas do Brasil alcançou 2,55% do PIB, segundo dados do Banco Central
As transações das contas externas do Brasil, que medem a entrada e a saída de dólares do país, acumularam um déficit de US$ 56 bilhões em 2024, o que equivale a 2,55% do PIB. Assim, no ano anterior, esse dado havia sido de US$ 24,5 bilhões (1,12% do PIB). Este é o maior rombo anual registrado desde 2019, quando as contas externas atingiram US$ 65 bilhões.
Desse modo, o dado teve divulgação no relatório Estatísticas do setor externo nesta sexta-feira, 24, pelo Banco Central, que calcula mensalmente as transações correntes do Brasil.
O que compõe as transações correntes?
Nesse sentido, as transações correntes consideram três dados principais:
- Balança comercial: envolve as exportações e importações de produtos entre o Brasil e outros países;
- Balança de serviços: considera compras de brasileiros no exterior, como importação de serviços financeiros, fretes, aluguel de equipamentos e turismo;
- Renda primária: trata de remessas de dinheiro e pagamentos, como lucros, juros e dividendos, enviados por multinacionais com filiais no Brasil para o exterior. Esse dado também inclui remessas que empresas brasileiras recebem do exterior.
Gastos de brasileiros no exterior têm alta em 2024
Mesmo com a alta do dólar, os brasileiros gastaram US$ 14,82 bilhões em viagens ao exterior em 2024, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta sexta-feira. O valor, no entanto, permanece abaixo do registrado antes da pandemia de covid-19, quando os gastos chegavam a cerca de US$ 18 bilhões por ano.
Os turistas estrangeiros que visitaram o Brasil, por outro lado, movimentaram um total de US$ 7,34 bilhões em 2024, estabelecendo um novo recorde. O valor representa alta de 6,3% em relação ao ano anterior, quando os gastos somaram US$ 6,9 bilhões.
Alta do dólar favorece turismo no Brasil
A valorização do dólar foi um dos fatores que impulsionaram o turismo no país, tornando produtos e serviços brasileiros mais acessíveis para os visitantes internacionais. De acordo com a série histórica do Banco Central, iniciada em 1995, nunca houve um volume de gastos de estrangeiros tão alto quanto o registrado em 2024.