ONG faz alerta no dia da abertura do Fórum de Davos
Segundo divulgado pela ONG Oxfam, a pandemia ajudou a criar 573 novos ultrarricos no mundo. Assim sendo, o evento do Covid-19 fez disparar as ações das empresas de tecnologia negociadas na bolsa. E dessa forma, criou-se um novo bilionário a cada 30 horas. A declaração aconteceu neste domingo (22). No mesmo dia da abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça).
A Oxfam propõe taxar “urgentemente” as grandes fortunas do planeta. De acordo com o que está exposto no relatório intitulado “A necessidade urgente de taxar os ricos”. E ainda mais, alerta que os mais pobres estão sofrendo gradativamente com a inflação.
Mundo ganhou 573 ultrarricos durante a pandemia
ONG alerta que os países mais pobres estão sofrendo cada vez mais com a inflação e propõe taxar ‘urgentemente’ as grandes fortunas do planeta.
“Os bilionários vão a Davos comemorar o incrível aumento de suas fortunas”, disse Gabriela Bucher, diretora-executiva da organização internacional por meio de um comunicado.
Após um hiato de dois anos por causa da pandemia, as elites políticas e econômicas mundiais voltaram a se reunir a partir deste domingo (22) na cidade suíça de Davos para o Fórum Econômico Mundial.
Segundo a ONG, “a pandemia [de Covid-19] e agora as fortes altas nos preços dos alimentos e da energia têm sido simplesmente um golpe de sorte para eles”.
A Oxfam baseia seus números nas listas e classificação da revista Forbes das pessoas mais ricas do mundo, e em dados do Banco Mundial.
O relatório não traz a lista dos novos ultrarricos. Mas destaca que a riqueza total dos bilionários do mundo é agora equivalente a 13,9% do PIB global.
O relatório também revelou que:
- A fortuna dos bilionários aumentou nos primeiros 24 meses da pandemia mais do que em 23 anos;
- Bilionários dos setores alimentício e de energia viram suas fortunas aumentarem em um bilhão de dólares a cada dois dias. Os preços dos alimentos da energia subiram tanto, que atingiram seu nível mais alto em décadas. Além disso, 62 novos bilionários do setor de alimentos surgiram;
- A pandemia criou 40 novos bilionários do setor farmacêutico.Assim sendo, com corporações como Moderna e Pfizer lucrando com a venda de vacina contra Covid-19. Apesar de seu desenvolvimento ter sido apoiado por bilhões de dólares em investimentos públicos
- A combinação entre a crise da Covid-19 e o crescimento da desigualdade. Bem como, do aumento dos preços dos alimentos pode fazer com que até 263 milhões de pessoas estejam na extrema pobreza em 2022. Revertendo, desse modo, décadas de progresso. Tal número equivale a um milhão de pessoas a cada 33 horas.
263 milhões vão cair na extrema pobreza, devido à inflação alta
Segundo previsões, diante deste aumento da riqueza, 263 milhões de pessoas vão cair na pobreza extrema este ano (um milhão de pessoas a cada 33 horas). Devido, contudo à inflação em alta em muitas partes do mundo. Impulsionada principalmente pelo preços da energia e dos alimentos.
“Estamos revertendo décadas de progresso em matéria de pobreza extrema. Com milhões de pessoas que enfrentam custos impossíveis para simplesmente se manter com vida”, disse Bucher.
A Oxfam propõe a adoção de medidas fiscais para sanear esses danos
No entanto, para fazer frente a este problema, a ONG pede a adoção de medidas fiscais. Como por exemplo, a adoção de um imposto de solidariedade único sobre a nova riqueza adquirida pelos ultrarricos durante a pandemia no mundo. Sobretudo, com o objetivo de utilizar os recursos obtidos para apoiar os mais pobres. E, dessa forma, conseguir “uma recuperação justa e sustentável” após a pandemia.
A Oxfam também propõe um imposto temporário sobre os lucros extraordinários obtidos nos últimos anos pelas multinacionais tanto dos setores alimentício. Quanto dos setores farmacêutico. E ainda mais, do setor petroleiro, por exemplo.
Um imposto anual de 2% sobre os milionários. E de 5% sobre os bilionários. O que geraria 2,52 bilhões de dólares ao ano. Segundo estimativas da organização, um montante que poderia tirar 2,3 bilhões de pessoas da pobreza extrema. E ainda mais, distribuir vacinas suficientes para todo o planeta. Como também, dotar todos os países pobres de cobertura sanitária.