Empresas de cosméticos inglesas recebe a baunilha brasileira, gerando negócios de venda de sementes que chegam até R$ 750 mil nesta safra
Pequenos extrativistas de comunidades ribeirinhas e quilombolas devem comercializar até 10,5 toneladas de sementes de cumaru, a baunilha brasileira, a partir da safra 2021, que termina nesse mês. Eles situam-se em propriedades rurais na região norte do Pará.
O produto vai para empresas de cosméticos inglesas. Os negócios de venda de sementes gera até R$ 750 mil nesta safra para todo o grupo de 200 extrativistas, organizados numa cooperativa.
Essas projeções de ganho são do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – Imaflora de Piracicaba (SP). Os trabalhadores ficam, portanto, com 65% a 70% do dinheiro. O restante vai para o entreposto e a cooperativa.
Sementes da baunilha brasileira
Os agricultores buscam, dessa forma, as sementes de cumaru na mata, na região da Calha Norte do Rio Amazonas. Cumaru é, portanto, uma semente de uma árvore que pode chegar a 30 metros. Já a baunilha original, no entanto, é uma fava de orquídea.
No entanto, a semente de cumaru pode ser utilizada na indústria de cosméticos, como na composição de fragrâncias. E, ainda, na gastronomia, para incrementar receitas de sobremesas e bebidas. O município de Alenquer é um dos principais polos de cumaru do país, com 36% da produção brasileira.
Para operacionalizar a cadeia na cidade, foram estabelecidos dois entrepostos comunitários no Projeto de Desenvolvimento Sustentável – PDS Paraíso e instalados secadores solares para as sementes, além de treiname.
Estimular a economia da região
Assim, o Imaflora que atua, dessa maneira, na região com projetos de assistência técnica rural e infraestrutura, irá montar um viveiro na cidade de Alenquer.
Trata-se, nesse sentido, do principal produtor de baunilha brasileira, para que os ribeirinhos também consigam produzir mudas, de cumaru e de outras árvores nativas da região, como castanha, andiroba, ipê, cedro, mogno e massaranbuba. Além de frutíferas nativas: açaí, cacau, acerola, graviola e cupuaçu.
O objetivo é, portanto, que os agricultores possam, em 2022, comercializar até 60 mil mudas.
“O viveiro vai, portanto, permitir que agricultores familiares possam converter áreas atualmente sem uso ou ocupadas por pastagens degradadas, por sistemas agroflorestais biodiversos, com foco na soberania alimentar. E, ainda, geração de renda a partir da comercialização do excedente da produção”, explicou Eduardo Trevisan, gerente de projetos do Imaflora.
Fonte: Relax, Ingredientesonline, UOL