Interesse por viagens com aviões supersônicos aumentou e empresas do mundo inteiro estão desenvolvendo seus próprios modelos de aviões super-rápidos
Concorde deve ser o avião comercial supersônico mais famoso atualmente. Produzido entre abril de 1965 e final de 1978, a aeronave foi desenvolvida para o transporte de pessoas. Seus voos comerciais começaram em 21 de janeiro de 1976 e encerraram em 24 de outubro de 2003.
Infelizmente, em fevereiro de 2000, a aeronave Concorde caiu em um hotel nas imediações do aeroporto Charles de Gaulle logo depois da decolagem. Matou 109 pessoas a bordo e quatro no solo. Uma rígida investigação constatou que a causa do acidente foi uma peça que estava na pista, um pedaço de titânio com 40 cm de comprimento e 3 cm de largura.
Sem a visão dessa peça, os pilotos acabaram passando por cima dela com o avião. Um de seus pneus estourou. E, assim, o tanque de combustível do Concorde explodiu. Os pilotos viram e, sem espaço para frenagem, decidiram decolar. Não funcionou.
A causa do acidente não foi culpa necessariamente da aeronave. Mas serviu de alerta e de bode expiatório para que o supersônico tivesse, ao menos, questionamentos técnicos.
E qual o cenário atual dos aviões supersônicos?
Hoje, após quase duas décadas da aposentadoria do Concorde, o interesse por viagens supersônicas aumentou e empresas do mundo inteiro estão desenvolvendo seus próprios modelos de aviões super-rápidos.
O principal foco dessas companhias é, portanto, desenvolver uma rota supersônica. Mas uma startup americana vai além. Viagens hipersônicas com velocidade cinco vezes a velocidade do som.
Uma aeronave com essa velocidade poderia, dessa maneira, percorrer o trajeto de Nova York até Londres em apenas 90 minutos. Para efeito de comparação o Concorde realizava essa viagem em cerca de três horas. Um jato comum necessita de seis a sete horas.
Isso é mesmo possível?
A startup americana Hermeus acredita que sim. Segundo a empresa com sede em Atlanta, os testes com um motor hipersônico estão, dessa forma, agradando seus desenvolvedores.
Esse motor é capaz de atingir March 5, mais de 4.830 km/h. Foi projetado para uma pequena aeronave não tripulada desenvolvida com apoio da Força Aérea dos Estados Unidos.
Para Hermeus, basta dimensionar para um tamanho maior para que o motor consiga alimentar um avião de passageiros. A previsão da startup é, dessa maneira, colocá-lo no ar antes do fim da década – em 2029.
A aeronave que terá, portanto, esse poderoso motor será bem menor que um avião comum. “Para nos ajudar a dimensionar a aeronave, basicamente construímos um modelo de negócios para uma companhia aérea”, disse AJ Piplica, CEO da Hermeus.
O alcance de aviões supersônicos será, portanto, de aproximadamente 4 mil milhas náuticas, o suficiente para rotas como Nova York a Paris. Além disso, rotas que passam sobre continentes não serão realizadas devido aos regulamentos de ruídos. Quebrar a barreira do som desencadeia um grande estrondo. Isso deve, portanto, ocorrer sobre a água para evitar possíveis danos a edifícios e pessoas próximas.
Desenvolvendo a tecnologia
Os testes no motor hipersônico começaram, dessa maneira, em fevereiro de 2020. E sua engenharia baseia-se em um modelo existente em aviões caça e fabricado pela General Electric.
Sua tecnologia inspirou-se em duas já existentes:
- Turbojado, semelhante aos motores em aviões comuns de passageiros.
- Ramjet, motor utilizado para atingir velocidade supersônicas e superiores.
Fonte: Aviõesemusica, Aeroflap, Engenharia 360