Granjas tiveram que abrir novos poços e contratar caminhões pipa para suprir falta de água que afetou a Avicultores de Mato Grosso do Sul
Os avicultores de Mato Grosso do Sul tiveram que abrir novos poços artesianos. E, ainda, até contratar caminhões pipas, em ações emergenciais por conta da estiagem no Estado, em função da falta de água que é essencial para os animais. Assim como todo sistema de produção da avicultura, as granjas de aves do Estado se reinventaram para sobreviverem ao período de seca.
Por isso, o decreto de emergência do Governo do Estado se torna um alento e uma ajuda importante para o setor.
O governador Reinaldo Azambuja decretou, portanto, situação de emergência nos 79 municípios em função da seca e estiagem. Esta decisão permite, portanto, que o poder público possa ajudar o setor produtivo com ações emergenciais. E, ainda, possibilitar que eles acionem o seguro, parcelem financiamentos e renegociem dívidas.
Poços artesianos da propriedade não tiveram água suficiente para demanda
O avicultor Adroaldo Hoffmann relatou, dessa maneira, que o período de estiagem foi muito preocupante para sua produção. Os poços artesianos da propriedade não tiveram água suficiente para demanda. Tiveram, portanto, que abrir novos poços e até recorrer a contratação de caminhões pipa. Ele administra duas granjas da família em Campo Grande.
“Na produção avícola nós temos uma necessidade muito grande de ter água. Não só para dar para os animais beberem. Mas também para regular o ambiente dentro dos barracões. Em função da estiagem diminuiu demais a vazão de águas nos poços. Por isso tivemos que furar poços semi-artesianos a toque de caixa, para poder evitar uma mortalidade das aves”, descreveu.
Hoffmann ressaltou, no entanto, que gastou R$ 50 mil não previstos para um novo poço semi artesiano de 110 metros de profundidade. Mas que até ficar pronto, precisou pagar duas diárias de caminhões pipa em dezembro, com custo de R$ 1 mil por dia.
“Foi, portanto, uma alternativa emergencial. Mas que é inviável para as granjas. O maior prejuízo é, dessa maneira, o medo de produzir e não dar a devida qualidade para produção. Tomamos todos os cuidados, mas precisamos de água”.
Ele elogiou, dessa forma, o decreto de situação de emergência. Será uma ferramenta importante para produção. “Tudo que vier para ajudar o produtor é bem-vindo. Pode nos ajudar no sentido de financiamento, com juros mais atrativos”.
As duas granjas possuem, portanto, juntas por volta de 250 mil aves. São vendidas, portanto, aos frigoríficos de Sidrolândia. Para depois seguirem por exportação para Europa. “Neste final do ano as chuvas foram menores e irregulares, por isso não suficientes”.
Momento crítico da avicultura de Mato Grosso do Sul
Com 10 granjas na região de Sidrolândia e uma produção de 220 mil aves, o produtor Antônio Marcatto, de 68 anos, contou que o momento mais crítico da estiagem foi no final de novembro. Os poços começaram, dessa maneira, a baixar o nível. E começou, assim, a faltar água para atender a demanda.
“A situação foi assustadora. Não faltou água para os animais beberem. Mas tivemos que regular o uso nebulização e sistema de resfriamento das placas evaporativas. Para as granjas a água é o nosso bem maior, se faltar cai o rendimento da produção”.
O avicultor relatou, sobretudo, que em uma das granjas da família teve que desalojar e transferir as aves devido a estiagem. Teve, portanto, que contratar caminhões pipa.
“Tivemos dificuldades para lavação e desinfecção da granja. Pois o nosso poço artesiano reduziu em 75% a sua produção. Caiu de 10 mil litros por hora, para 2,5 mil litros. Tivemos inclusive que abrir outro poço para garantir a demanda”.