Entre os exemplos de aplicativos, há o Endless Summer, criado por Laurent Del Rey, designer da Meta. O app promete, contudo, ajudar pessoas cansadas e sobrecarregadas a “manifestar a vida suave que merecem” por meio de fotos de férias falsas.

Aplicativos de “manifestação com IA” se multiplicam

O sucesso do Endless Summer abriu espaço para outros apps com foco semelhante. Apesar das promessas, a maioria desses aplicativos entrega menos do que anuncia. Todavia, muitos oferecem apenas mensagens motivacionais e imagens genéricas de divindades ou símbolos espirituais criados por IA.

O Endless Summer, por outro lado, cumpre o que promete. O app pede três fotos do usuário e as transforma em “fotos de férias fictícias”. Em testes, ele criou imagens em Tóquio, Nova York e Rio de Janeiro — com resultados visualmente agradáveis, mas com aquele aspecto artificial típico das produções por IA. Após gerar três imagens gratuitas, o app cobra US$ 3,99 por 30 novas fotos, US$ 17,99 por 150 ou US$ 34,99 por 300.

Reflexos de uma era em que a IA vende sonhos

Embora muitos usuários encarem essas ferramentas como diversão ou escape temporário, o fenômeno revela algo mais profundo: a transformação da IA em um instrumento de aspiração social. Ao criar imagens de uma vida idealizada, os aplicativos alimentam a imaginação e, para alguns, oferecem uma forma de conforto em meio às limitações reais. No entanto, especialistas alertam que o uso excessivo dessas tecnologias pode reforçar frustrações e distorcer a percepção de realidade.