Projeto é desenvolvido por alunos com altas habilidades de escolas públicas
Estudantes da Rede Estadual de Ensino de Dourados pretendem lançar ao espaço um satélite para monitorar as queimadas no Pantanal. O projeto, dessa forma, é desenvolvido por alunos com altas habilidades de escolas públicas. Além disso, o projeto está participando da 2ª fase da 7ª Olimpíada Brasileira de Satélites MCTI (OBSAT).
O objetivo, afinal, é contribuir com informações e imagens que possam ajudar no controle dos incêndios que estão devastando o Pantanal. Somente no ano passado as queimadas destruíram 26% do bioma. Trata-se, acima de tudo, de uma área maior que a Bélgica. Na maior tragédia de sua história, o Pantanal teve mais de 10 milhões de animais mortos.
Em Dourados, os estudantes idealizadores do projeto são do Centro Estadual de Atendimento Multidisciplinar para Altas Habilidades/Superdotação (CEAM/AHS). As aulas acontecem, dessa maneira, no Núcleo de Atendimento para Altas Habilidades localizado na Coordenadoria Regional de Educação. Os alunos são orientados no contraturno pelo professor Rodolfo Alves dos Santos.
Satélite
A equipe denominada “CEAMSAT”, enfim, é composta pelos estudantes Hillary Avlis Chela, 3º Ano do Ensino Médio – Escola Estadual Presidente Vargas, Hannyel Avlis Chela, 9º ano do Ensino Fundamental – Escola Estadual Presidente Vargas, Jamille da Silva Oliveira, 3º ano do Ensino Médio – Escola Estadual Presidente Vargas e Gabriel Fernandes Bueno, 1º ano do Ensino Médio – Escola Estadual Vicente Pallotti do Munícipio de Fátima do Sul.
Integrante do grupo, Hannyel Avlis Chela, de 14 anos, se diz confiante com o projeto de reconhecimento nacional. “Quando o professor falou sobre a olimpíada, me interessei. E, portanto, me inscrevi, juntamente com os demais integrantes do grupo. Nós enviamos um projeto e selecionados.”, destacou.
Reconhecimento nacional
A gerente pedagógica do CEAM/AHS, Eliane Morais Fraulob, acredita que a participação dos alunos e a seleção deles para a segunda fase das olimpíadas são importantes acontecimentos de reconhecimento nacional. “Além disso, permite aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos, familiarizar-se com a metodologia científica. E, acima de tudo, aproximar-se da cultura aeroespacial, bem como dar oportunidade de desenvolver, integrar, testar, lançar e analisar os dados obtidos”.
O coordenador regional de educação estadual em Dourados, Nei Elias Coinete, ressaltou a missão social por trás do projeto. “Trouxemos esse desafio para os alunos, para que não só na teoria eles aprendam e despertem o interesse por ciência e tecnologia, mas também possam se desafiar na prática, ao construir pequenos satélites capazes de executar missões reais e melhorar a realidade local, a partir das suas ideias, dos seus planejamentos e programações”.
Equipe Campo Grande
Além dos estudantes de Dourados, a Olimpíada Brasileira de Satélites também selecionou para a segunda etapa a equipe “Stormtroopers”, de Campo Grande, do Centro Estadual de Atendimento Multidisciplinar para Altas Habilidades/Superdotação (CEAM/AHS).
O grupo, enfim, é composto pelos alunos Jonas Rodas da Silva, 2º ano do Ensino Médio – E. E. Coração de Maria de Campo Grande – MS, Leonardo Paillo da Silva, 2º ano do Ensino Médio – Colégio Militar de Campo Grande e Luiz Satoshi Yunomae Oikawa, 2º ano do Ensino Médio – Colégio Militar de Campo Grande.
A equipe, sobretudo, irá construir um satélite para observar o Cerrado. O objetivo é contribuir para o monitoramento dos danos e desequilíbrios ambientais no bioma importante para o Brasil e para o mundo.
Olimpíadas
A Olimpíada Brasileira de Satélites é uma competição científica de abrangência nacional, concebida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. E, ainda, organizada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em conjunto com a Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI). E, finalmente, na lista a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da Universidade de São Paulo (USP).
Trata-se, portanto, de iniciativas para promover a popularização e difusão da ciência e tecnologia junto aos estudantes brasileiros, além de despertar o interesse por carreiras na área de ciência e tecnologia de forma atrativa, e sempre que possível, prática. Vários estudos científicos já demonstraram que as atividades práticas promovem um aprendizado mais atrativo e eficaz.