Uma série de estudos já foi feita para tentar encontrar a relação entre o uso de desodorantes e antitranspirantes com o alumínio e o desenvolvimento de doenças
Afinal, usar um desodorante com alumínio diariamente pode fazer mal à saúde? Especialistas apontam que não há nada comprovado neste sentido.
Além da função de reduzir o cheiro, os antitranspirantes ajudam a bloquear a saída de suor pelas glândulas. O alumínio faz parte da composição dos produtos e é comumente usado para tal finalidade, mas algumas alternativas surgem com o argumento de serem “mais seguras”.
O especialista explica que os sais de alumínio, ao entrar em contato com a pele, se dissolvem e se transformam em um gel, que atua como uma película protetora na superfície e controla a liberação do suor ao longo do dia.
Segundo ele, é uma ação gradual em relação ao bloqueio da produção do suor pelas glândulas sudoríparas.
“O uso do alumínio não afeta a capacidade do organismo de se resfriar quando submetido a um fator de aquecimento. A transpiração pelas axilas representa apenas 1% do suor do corpo. Então, o bloqueio que se dá na liberação no suor não é importante para gerar intoxicação por alumínio no organismo”, complementa.
Relação do alumínio no desodorante com a saúde – Sem evidência científica
Desse modo, explicação de Abrucio e Bagatin é confirmada pelos Institutos Nacionais da Saúde (NIH) dos Estados Unidos. Em publicação de 2016, o órgão vinculado ao governo americano informa que “não há evidência científica que relaciona o uso desses produtos ao desenvolvimento do câncer de mama”.
“Apenas alguns estudos investigaram uma possível relação entre câncer de mama e antitranspirantes/desodorantes nas axilas. Um estudo, publicado em 2002, não mostrou como resultado nenhum aumento no risco de câncer de mama entre as mulheres”, apontou o NIH.
O órgão americano também cita um outro ensaio, realizado em 2006, que não encontrou associação entre o uso de antitranspirantes e câncer de mama. Porém, foram incluídas apenas 54 mulheres com câncer de mama e 54 sem a doença.
“Nenhum estudo até o momento confirmou quaisquer efeitos adversos substanciais do alumínio que possam contribuir para o aumento dos riscos de câncer de mama. Uma outra revisão de 2014 concluiu que não havia evidências claras mostrando que o uso de antitranspirantes ou cosméticos nas axilas contendo alumínio aumenta o risco de câncer de mama”.
Dessa forma, Bagatin explica que as alternativas disponíveis no mercado têm o mesmo mecanismo do alumínio: bloqueiam a saída de suor na superfície da pele. Para ela, portanto, é uma questão de escolha sobre qual produto se adaptar melhor.