Mas, a nível europeu, onde aparece como favorito nas pesquisas, o PPE não incluiu esse cancelamento em seu programa.
A líder da lista do partido, Ursula von der Leyen, foi quem conseguiu impor essa proibição no âmbito do “Pacto Verde” europeu, um ambicioso pacote legislativo que deve permitir à UE alcançar seus objetivos climáticos.
“Seria surpreendente se a comissão que implementou o Pacto Verde desse marcha à ré, mas existem riscos sobre sua implementação”. Comenta Diane Strauss, da ONG Transport & Environment.
A indústria automotiva, que representa mais de 12 milhões de empregos na Europa, já iniciou a mudança para os veículos elétricos.
Após anos de combate, o lobby dos fabricantes em Bruxelas, a ACEA, garante que respeitará o Pacto Verde europeu.
Carros 100% elétricos
Os lançamentos de carros 100% elétricos estão se multiplicando e sua cota de mercado aumentou consideravelmente. Embora tenha diminuído um pouco desde o fim de 2023.
Os fabricantes já são obrigados a reduzir as emissões de seus veículos na atualidade, sob pena de fortes multas.
Mas um prazo adicional seria bem-vindo, indicou, em fevereiro, o presidente da ACEA e diretor-executivo da Renault, Luca de Meo.
“Espero que a proibição entre em vigor um pouco mais tarde, porque acho que não seremos capazes de fazê-lo sem prejudicar toda a indústria e toda a cadeia de produção do automóvel europeu”, disse ele à AFP.
Combustíveis sintéticos
A Stellantis, número dois do setor na Europa, está “muito atenta ao resultado das eleições nos Estados Unidos e na Europa”. Destacou seu diretor-geral, Carlos Tavares, no final de janeiro.
Tavares esboçou dois cenários: uma “aceleração dos carros elétricos” caso os “progressistas dogmáticos” ganhem ou um “retrocesso dos carros elétricos” se os “populistas” vencerem.
Segundo Diane Strauss, o sucesso da proibição em 2035 depende de vários fatores, como a implementação da rede de estações de carga elétrica ou a redução do preço dos carros, por exemplo, através de um “leasing europeu”.
“Um Parlamento muito contrário à eletromobilidade poderia atrasar a implementação de todos os fatores necessários para o sucesso desse projeto”, disse.
Uma “cláusula de revisão” já está prevista em 2026, para fazer uma primeira avaliação da eletrificação.
Ela não implica uma nova votação sobre a data limite. Mas poderia reforçar ajustes, alguns dos quais já foram esboçados.
Em 2023, o ministro dos Transportes da Alemanha, o liberal Volker Wissing, ameaçou fazer fracassar o prazo de 2035. Assim, exigindo uma exceção para “combustíveis neutros em emissões”.
Esses combustíveis sintéticos, ainda muito energéticos e custosos, deveriam ser reservados prioritariamente para a aviação. Mas fabricantes como Porsche, Stellantis e Renault também os estão explorando para os automóveis.
Fonte:g1