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A quantidade de brasileiros que se consideram muito endividados tem crescido em ritmo acelerado, especialmente no segundo semestre de 2022.

40% dos brasileiros se consideram muito endividados, diz pesquisa

É o pior resultado desde 2019 e afeta, principalmente, os mais pobres

A quantidade de brasileiros que se consideram muito endividados tem crescido em ritmo acelerado. No segundo semestre de 2022, o problema atingiu 4 em cada 10 brasileiros, segundo pesquisa da empresa de inteligência analítica Boa Vista e tem como base entrevistas feitas com 1,5 mil pessoas. É o pior resultado desde 2019.

No segundo semestre de 2022, 42% da população de  brasileiros se considerava muito endividados. Em 2021, o índice foi de 32%.

A pesquisa rastreou o perfil dos endividados:

  • A crise atinge, principalmente, os mais pobres: 68% dos inadimplentes são das classes D e E;
  • Entre os pesquisados, 85% trabalham e são economicamente ativos;
  • 35% tem entre 18 e 30 anos; 56% são mulheres;
  • 67% dos entrevistados tem mais de 50% da renda comprometida com o pagamento de dívidas;
  • 7 de cada 10 tem mais de três contas em atraso e 62% possuem dívidas que superam de R$ 3 mil e estão negativados há mais de 90 dias.

Em 2023 o endividamento crescerá em um ritmo mais lento, segundo Bruna Allemann, educadora financeira da fintech Acordo Certo. Para ela, o aumento do endividamento é causado pelo avanço da inflação, redução do poder de compra e crédito mais caro.

“O Dieese calcula que, em decorrência da alta dos preços, o salário mínimo para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser cinco vezes mais do que o valor pago hoje, de R$ 1.302,00”, afirma a educadora financeira.

Endividamento

A pesquisa apurou que 74,0% das famílias paulistanas estavam endividadas em dezembro, menor que o volume registrado em novembro (76,3%). Ao todo, são 2,98 milhões de lares da cidade de São Paulo com algum tipo de dívida. O total de famílias endividadas também apresentou queda em relação a dezembro de 2021, quando havia atingido 74,5%.

O número de endividados no cartão de crédito caiu de 85,0% em novembro para 84,6% em dezembro. Também houve queda no endividamento em carnês (15,6% para 15,1%). Em contrapartida, a FecomercioSP apurou avanço no endividamento com financiamento de carro (11,7% para 12,0%).

A retração do endividamento foi puxada pelas famílias de renda mais baixa, avalia a FecomercioSP, passando de 79,9% em novembro para 76,9% em dezembro. Entre famílias com renda mais elevada, a taxa passou de 65,8% para 65,5%.

Fonte: cnn brasil