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A cultura pop nem sempre está certa sobre o amor, na maioria das vezes o que ela transmite é tudo ilusão. Foto: Columbia Pictures/Everest Collection

3 coisas que a cultura pop erra sobre o amor, segundo um psicólogo

Apesar de muito cultuado por livros e filmes, o romance ficcional perde doses de realidade essenciais para um relacionamento saudável

Amor, em todas as suas formas, é um dos temas mais explorados na cultura pop. De grandes filmes a best-sellers, a forma como os relacionamentos são retratados muitas vezes influencia nossas expectativas de como nos relacionamos com os outros. Mas essas representações nem sempre correspondem à realidade e podem nos levar a criar expectativas irreais sobre o amor.

Filmes, séries, músicas e livros nos bombardeiam com narrativas que simplificam as complexidades dos relacionamentos. Além disso, a mídia popular costuma exagerar o lado dramático e de contos de fadas do romance, distorcendo a realidade.

Aqui estão três mitos sobre o amor na cultura pop que merecem uma análise mais realista:

1. O amor supera tudo

Um estudo de 2019 mostrou que quem assiste a dramas e filmes românticos tende a acreditar que o amor supera qualquer coisa. Os pesquisadores também descobriram que quem vê novelas acredita mais na ideia de “alma gêmea”.

Por outro lado, assistir a novelas pode baixar a satisfação no relacionamento, já que elas promovem a ideia de que o parceiro deve saber o que você pensa e sente sem precisar falar. A crença de que “o amor conquista tudo” sugere que ele é tão forte que pode superar qualquer obstáculo. Em “Casamento Grego“, por exemplo, Toula (Nia Vardalos) e Ian (John Corbett) se casam, mesmo com as diferenças culturais entre suas famílias.

Embora essa crença possa ser inspiradora e dar esperança, ela cria expectativas irreais. Achar que só o amor vai resolver todos os problemas podem aumentar os conflitos e levar os casais a ignorar a importância de comunicação, soluções práticas e esforço mútuo.

Além disso, quem acredita que o amor supera tudo pode ignorar sinais de alerta ou comportamentos prejudiciais, achando que o amor vai consertar tudo. Isso pode fazer com que essas pessoas fiquem em relacionamentos tóxicos por mais tempo do que deveriam.

No fim das contas, o amor é super importante em um relacionamento, mas sozinho ele não faz milagres.

2. O amor é predestinado na cultura pop

Muita gente acredita que o amor é questão de destino e que, quando encontrar sua “pessoa certa”, o relacionamento será naturalmente harmonioso. Essas crenças geralmente giram em torno da ideia de que o destino vai unir duas pessoas de forma mágica. Em “Escrito nas Estrelas“, Jonathan (John Cusack) conhece Sara (Kate Beckinsale), que acredita no destino e deixa que sinais do universo guiem suas ações, até que, depois de muitos desencontros, eles finalmente ficam juntos.

Na vida real, confiar no destino pode fazer as pessoas ficarem paradas, esperando o amor cair do céu, em vez de irem atrás ou trabalharem nos relacionamentos que já têm.

Um estudo de 2020 mostrou que assistir muito a reality shows sobre casamento reforça a crença na “idealização” do parceiro e no “amor à primeira vista”, que, muitas vezes, não passa de atração física e não sustenta um relacionamento duradouro.

Quem acredita que o amor é predestinado pode se desiludir quando as coisas não acontecem como nos filmes. Um estudo recente indicou que pessoas com essa crença têm mais chances de ver a satisfação no relacionamento cair ao longo do tempo, enquanto quem acredita no “crescimento” do amor tende a ter relacionamentos mais satisfatórios, porque vê o amor como algo que se constrói com esforço e dedicação.

Embora não tenha nada de errado em acreditar em encontros mágicos, o que realmente faz diferença é como você mantém o relacionamento depois desse encontro inicial. Ao contrário dos finais felizes dos filmes, um relacionamento duradouro exige trabalho e crescimento contínuo.

3. Homens e mulheres não podem ser “só amigos”

Um estudo de maio deste ano mostrou que, além de reforçar crenças no destino, assistir a filmes pode fazer as pessoas acreditarem que amizades entre homens e mulheres sempre vão acabar em romance ou atração sexual.

Em “Harry e Sally: Feitos um para o Outro“, Harry (Billy Crystal) e Sally (Meg Ryan) começam como amigos e acabam se apaixonando. Embora a amizade seja uma base importante para um amor verdadeiro, acreditar que amizades entre gêneros diferentes não podem ser só platônicas desvaloriza a ideia de que pessoas podem se conectar por interesses e valores em comum, independente do gênero.

Reconhecer esses mitos românticos ajuda a encarar os relacionamentos com mais clareza, equilibrando as partes inspiradoras com uma visão mais realista dos desafios. Dá para apreciar o lado mágico do amor e, ao mesmo tempo, entender que um relacionamento saudável precisa de esforço e dedicação.

Fonte: Forbes