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A comercialização da safra brasileira de soja do ciclo atual (2023/24) foi estimada em 31,9% da produção projetada para o país.

Vendas de safra brasileira de soja têm atraso em média histórica

O analista observou que, mesmo com os preços desfavoráveis, muitos produtores terão que vender suas colheitas nos próximos meses para garantir fluxo de caixa; entenda

A comercialização da safra brasileira de soja do ciclo atual (2023/24) foi estimada em 31,9% da produção projetada para o país, indicou a consultoria Safras & Mercado na segunda-feira (5), apontando um atraso na comparação com a média histórica para o período (44,5%), em meio a preços mais baixos do produto no mercado global.

A negociação da safra que está sendo colhida avançou apenas 2,8% ante o índice do mês anterior.

“Esta queda dos preços travou completamente as negociações, o produtor não quer vender nesses preços baixos. Ele acabou segurando à espera de preços melhores que acabaram não vindo”, disse o analista da Safras para soja, Luiz Fernando Roque.

Os contratos futuros da soja negociados na bolsa de Chicago chegaram a bater nesta segunda-feira uma mínima desde dezembro de 2020, mas depois passaram a operar em leve alta, a cerca de 11,96 dólares por bushel.

Essa mínima em Chicago ocorreu apesar de uma quebra acentuada da safra do Brasil, pressionada principalmente por uma produção menor que a esperada em Mato Grosso, o principal Estado produtor do país.

Safra brasileira de soja

De outro lado, os preços internacionais sofrem impacto do avanço esperado na colheita da Argentina, que tem potencial de dobrar na comparação com a temporada anterior atingida pela seca.

Até a semana passada, o Brasil havia colhido pouco mais de 15% da safra projetada, segundo números da Safras.

Por isso, apesar da comercialização atrasada na comparação com a média histórica para o período, o ritmo está ligeiramente à frente do visto nesta mesma época do ano passado (30,5%) para a temporada anterior.

Segundo o analista, a comercialização tende a avançar à medida que a oferta do Brasil aumente com o desenvolvimento da colheita, ainda que os preços não melhorem.

“O produtor que está descapitalizado agora vai ter que vender nos próximos meses durante a colheita para fazer caixa, então de alguma forma pode ser que, mesmo com preço mais baixo, em fevereiro, a partir de março, o ritmo de negócios melhore um pouco”, opinou Roque.

“Porque muito produtor vai ter de vender mesmo na baixa de preço para poder fazer caixa.”

Sendo assim, os trabalhos de colheita no Brasil estão mais adiantados se comparados com o mesmo período do ano passado (7,8%) e também superam a média dos últimos cinco anos, de 10,4%.

Segundo a Safras, a colheita no Paraná é de 22%, comparada com a média de 9,8%. Em Mato Grosso, os trabalhos chegaram a 39%, superando a média de 28% para o período, conforme números da consultoria divulgados na sexta-feira.

 

Fonte: forbes