Medida foi votada pelo Parlamento Europeu e pretende banir o carro a combustão
A União Europeia vota pela proibição da venda de carros a combustão a partir de 2035. Essa medida teve votação pelo Parlamento Europeu (8). Entretanto, precisa de aprovação pelo Conselho do bloco. Afinal, a UE é o terceiro maior poluidor do mundo. A medida deve acelerar a transição para carros elétricos.
Dessa maneira, caso a medida seja aprovada pelo Conselho Europeu, a lei será um dos mais fortes avanços do planeta para eliminar os veículos à gasolina.
Embora ainda seja necessário o debate do tema pelo conselho. Além do mais, a medida precisa ser transformada em lei e a aprovação dela, será a etapa mais crucial do processo. Caso tenha aprovação, o movimento significará uma queda nas vendas de carros híbridos. Além disso, haverá uma rápida transição para modelos totalmente elétricos.
Assim, o apoio à medida ocorre após uma série de rejeições de outras políticas climáticas importantes. A centro-direita europeia havia manifestado oposição à proibição total já em 2035. Sugerindo, dessa forma, que pelo menos 10% das vendas de carros novos ainda poderia ser de motores de combustão. Entretanto, o parlamento já havia rejeitado três outras propostas importantes, incluindo, a sua política central. Pretende, desse modo, reformar seu mercado de carbono.
“Estou muito aliviado e feliz com o resultado”, disse o holandês Jan Huitema. Ele mesmo, liderou a elaboração do projeto. Já o legislador alemão Peter Liese, de centro-direita, disse ser contra a medida. Segundo ele, a tecnologia em torno de combustíveis sintéticos de baixo carbono deve melhorar com o tempo.
A indústria automobilística tem papel vital na economia europeia
“Não achamos que os políticos devam decidir se os veículos elétricos ou os combustíveis sintéticos são a melhor escolha. Pessoalmente, acredito que a maioria dos consumidores comprará um carro elétrico. Se dermos a infraestrutura necessária. E é isso que precisamos fazer”, disse.
Para Huitema, é possível que os carros com motor de combustão usando combustíveis sintéticos possam ser mais competitivos no futuro. Ou seja, mais que os veículos elétricos. Além disso, Liese alertou para as nações em desenvolvimento, como por exemplo, a África e a Ásia, que não irão conseguir migrar para economias baseadas em energia renovável. Sobretudo, nas próximas décadas.
A Comissão Europeia anunciou pela primeira vez um plano para eliminar esse tipo de motor. O que ocorreu em agosto do ano passado. Para facilitar a mudança, exigiu-se que os 27 países-membros da União Europeia expandam sua capacidade de carregamento de veículos. Além disso, pontos de recarga deverão ter instalações a cada 60 quilômetros. Sobretudo, nas principais rodovias do continente. Dessa forma, a alíquota mínima para gasolina e óleo diesel sofrerá aumento.
Uma das metas climáticas mais ambiciosas de qualquer economia global
A indústria automobilística tem papel vital no funcionamento da economia europeia. Ela responde por cerca de 7% do PIB, por exemplo. Apóia, desse modo, 14,6 milhões de empregos na região. No entanto, o transporte é o único setor em que as emissões de gases de efeito estufa estão aumentando. Especialmente, os veículos rodoviários. Eles foram responsáveis por 21% das emissões de carbono em 2017.
O Reino Unido, que não faz mais parte da União Europeia já havia anunciado em 2020 que proibiria a venda de novos carros movidos à gasolina e a diesel. Há uma previsão que isso aconteça a partir de 2030. Assim sendo, os modelos híbridos podem ser comercializados até 2035.
Dessa forma, estabelecer metas mais ambiciosas para conter as mudanças climáticas, força alguns dos maiores poluidores a comprar créditos de carbono. Essa foi a peça central da legislação do bloco no chamado Fit for 55. Um plano para reduzir as emissões em 55% até 2030. Em relação, sobretudo, aos níveis de 1990. Dessa forma, o objetivo é uma das metas climáticas mais ambiciosas de qualquer economia global.