Conflitos na Índia pelo uso do hijab ocorrem desde o ano passado
Na Índia, o hijab (véu islâmico) está sendo proibido nas escolas. Isso gerou protestos entre os muçulmanos no sul do país, com manifestações nas ruas no dia 7 de fevereiro.
Há um mês, estudantes de uma escola pública de ensino médio no estado de Karnataka receberam a ordem de não usar o véu nas instalações. A decisão também foi tomada em outras duas instituições de ensino deste estado.
“É discriminatório e contrário aos direitos garantidos pela Constituição da Índia”, disse Sumayya Rushan, que preside uma associação de mulheres islâmicas de Karnataka.
As mídias sociais, desse modo, mostraram imagens de centenas de pessoas protestando nas ruas, agitando bandeiras indianas, em pelo menos duas localidades de Karnataka.
O partido nacionalista hindu, o Bharatiya Janata Party (BJP), governa o estado de Karnataka. Dessa forma, vários de seus membros apoiaram a proibição, criticada por outras siglas políticas.
“Se deixarmos que o ‘hijab’ seja um empecilho para a educação das nossas alunas, estaremos roubando o futuro das garotas da Índia”, tuitou Rahul Gandhi, líder do opositor Partido do Congresso.
Relatos sobre a proibição do hijab na Índia
As autoridades do estado indiano de Karnataka reforçaram dessa forma, nesta quarta-feira, a segurança para a reabertura das escolas de ensino médio. Como resultado, depois de várias semanas de manifestações sobre o uso do hijab ou véu muçulmano em aula.
“Os estudantes hindus vestem a cor laranja e os cristãos usam um rosário. Qual o problema de nossas filhas usarem o hijab?”, questionou um pai de família no canal NDTV.
Outro pai, Nasir Sharif, de 43 anos, contou à AFP que sua filha retirou o véu na porta de sua escola. Em síntese, a escola obrigou a menina.
Finalmente Nasir conseguiu convencer as autoridades escolares a deixarem que ela fosse para a aula com a cabeça coberta e portanto, retirasse o véu quando chegasse lá.
Vários muçulmanos indianos afirmam que se sentem cada dia mais assediados pelo governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi.
Fonte: voaportuguês