Até 2027, o novo Brasil Mais produtivo contará com quatro modalidades de atendimento
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, lançou (16), em Brasília, o novo Programa Brasil Mais Produtivo. O objetivo é promover um salto tecnológico nas indústrias brasileiras, de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs).
A nova fase do programa vai investir R$ 2,037 bilhões para o engajamento digital de 200 mil empresas de todos os setores industriais. Aliás, o MDIC prevê que, em três anos, mais de 93,1 mil empresas terão atendimento direto para conseguir passar por essa transformação digital.
“Como melhorar produtividade e competitividade da economia? Aí, surge o novo Brasil Mais Produtivo, procurando de maneira objetiva o diagnóstico, o prognóstico e tratamento [das empresas industriais].” Afirma Geraldo Alckmin.
Modalidades
Até 2027, o novo Brasil Mais produtivo contará com quatro modalidades de atendimento:
Plataforma de produtividade: conecta empresas a ferramentas e cursos que são essenciais para transformação digital de maneira contínua. Até 200 mil micro, pequenas e médias empresas serão beneficiadas;
Diagnóstico estratégico de gestão: identificará oportunidades de melhoria e traçará novos caminhos em até 50 mil micro e pequenas empresas por meio do Sebrae;
Otimização de processos industriais: consultorias especializadas do Senai para 30 mil micro e pequenas e mais 3 mil médias indústrias. Sendo assim, as consultorias serão em lean manufacturing (para aumentar a eficiência e a produtividade, com redução de erros e redundâncias na produção industrial) e eficiência energética. Combinadas com a educação profissional para alavancar a força de trabalho do país;
Transformação digital: apoio ao desenvolvimento e implementação de tecnologias e soluções 4.0 em 360 empresas. Transformação digital de 8,4 mil MPMEs pelo acesso a pós-graduações do Senai especializadas no tema smart factory ou fábricas inteligentes.
Impactante
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, classificou a nova fase do programa como impactante para as realidades de micro e pequenas empresas. Alban defendeu que para a consolidação da nova industrialização brasileira, é preciso pensar em encadeamento produtivo. “Não basta apenas pensar nas grandes empresas que podem produzir, podem melhorar sua produtividade, para melhorar a inovação e tecnologia, na abertura de mercados. Com esse novo approach que vemos do governo, se nós não tivemos um encadeamento produtivo que permita competitividade em toda a cadeia. Nós precisamos permitir que a cadeia seja competitiva para que seja um processo sistêmico”.
“[Muitos empresários] passam o dia resolvendo problemas e, muitas vezes, não se dão ao direito de planejar estrategicamente, nem de pensar o quanto um momento de produtividade pode permitir a eles serem competitivos e aproveitarem novas oportunidades”. Relata o presidente da CNI .
Parcerias
Nesta nova fase do programa Brasil Mais Produtivo, o MDIC articulou três novas parcerias para financiar a transformação digital das indústrias do país. Os novos parceiros são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
Existente desde 2016, o Brasil Mais Produtivo já conta com a participação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
O diretor de Inovação da Finep, Elias Ramos, reafirmou o compromisso de disponibilizar recursos para apoiar a indústria do país. “As micro, pequenas e médias empresas têm um papel transformador e fundamental no sistema de inovação, pois elas podem questionar padrões e colocar o Brasil no trilho do desenvolvimento”.
Assim, o diretor de desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, destaca que o banco tem a missão de apoiar as micro, pequenas e médias empresas.
O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, entende que todos que empreendem por vocação ou por necessidade querem crescer. Mas que ainda falta apoio e financiamento. Para Marcio França, a nova fase do programa Brasil Mais Produtivo muda a lógica de investimentos na atividade produtiva deste público. “Esse era o objetivo: a criação de um apoio especial para esses pequenos. Portanto, o Brasil Mais Produtivo unifica tudo, cria os portais para termos financiamentos de formato reverso, onde o próprio banco oferece para quem quer empreender. E além disso, o programa cria uma forma de pontuação para o empreendedor”.