Provedora de internet por satélite de Elon Musk disse no domingo (1) que só iria suspender acesso dos usuários se os seus recursos forem desbloqueados pela Justiça.
A Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk, disse na terça-feira (3), que irá cumprir a decisão de bloquear o X no Brasil. Este processo está em andamento, segundo informou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) à Reuters.
No último domingo (1), a companhia havia dito que não seguiria a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Que ordenou que as operadoras tirassem a rede social do ar por não indicar um representante no Brasil.
Na terça, a empresa voltou atrás.
“Independentemente do tratamento ilegal dado à Starlink no congelamento de nossos ativos, estamos cumprindo a ordem de bloquear o acesso ao X no Brasil”. Disse a Starlink em um post no X, segundo a agência Reuters.
A Starlink disse ainda que iniciou um processo legal na Suprema Corte dos Estados Unidos, onde a empresa tem sede, explicando a “ilegalidade grosseira” da ordem de Moraes. Contudo, que congelou as finanças da companhia e a impediu de realizar transações financeiras no Brasil.
A empresa acrescentou que continua a buscar todos os caminhos legais, e que outros concordam que as “ordens recentes do ministro violam a Constituição brasileira”.
Contas bloqueadas
O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, chegou a dizer que a empresa poderia perder a autorização para operar no país se não cumprisse a determinação judicial.
A Starlink tinha se recusado a atender à ordem de Moraes sobre o X, que também pertence a Musk, enquanto suas contas não fossem desbloqueadas no Brasil.
Moraes determinou o bloqueio de R$ 2 milhões das contas da companhia devido ao descumprimento de uma série de ordens judiciais pela rede social X. Contudo, que não tem mais representante no Brasil. O ministro emitiu a decisão no dia 24 e notificou a Starlink no dia 27.
Nessa decisão, Moraes considerou a existência de um “grupo econômico de fato” sob comando de Musk.
Segundo assessores do gabinete do ministro, a outra empresa sob comando do bilionário no país — além do X — é justamente a Starlink, que atua no Brasil na venda de serviços de internet por satélite, principalmente na região Norte.
Com cerca de 200 mil clientes, a Starlink lidera esse segmento que produz 1% dos acessos à internet no país, segundo a Anatel. A empresa é um braço da SpaceX, de transporte aeroespacial.
O prazo para Starlink recorrer do bloqueio de suas contas terminou na última segunda-feira (2), sem a manifestação da empresa.
Em vez de recorrer no processo contra Moraes, a Starlink optou por ingressar com um mandado de segurança, um instrumento processual incorreto para reverter decisões monocráticas no STF. O ministro Cristiano Zanin recusou o mandado na última sexta.
O que levou ao bloqueio do X
A princípio, o X vinha se negando a restringir perfis acusados de atentar contra instituições democráticas e também acumulou R$ 18,3 milhões em multas devidas à Justiça brasileira pelo descumprimento dessas ordens.
No último dia 17, em meio à escalada da tensão com o STF, a empresa fechou seu escritório no Brasil. Contudo, demitiu os funcionários e retirou sua representante.
Por fim, a rede social não atendeu ao prazo de 24 horas dado por Moraes, a partir da noite de quinta (29). Para indicar um novo responsável no país. E, por isso, o ministro determinou na sexta (30) que as operadoras de todo o país deveriam suspender o acesso ao X.
Fonte: Ge