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Os documentários registraram personagens, mostraram os elementos característicos e revelaram curiosidades sobre a história, os rituais e as dinâmicas sociais

Sobá, tereré e viola-de-cocho são temas de documentários em MS

Ao todo, são três documentários, de aproximadamente 25 minutos de duração, que referenciam a viola-de-cocho em Corumbá, o Sobá em Campo Grande e o Tereré em Ponta Porã

O projeto “Do Nosso Jeito – Em Busca do Ser Sul-Mato-Grossense”, tem como objetivo dar protagonismo a elementos que são culturais e imateriais em Mato Grosso do Sul (MS), como o Sobá, tereré e viola-de-cocho. Sendo assim, a iniciativa é realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional Alexandrina Carlos Pinheiro (IDEACP).

Assim, ao todo, são três documentários em MS, de aproximadamente 25 minutos de duração, que referenciam a viola-de-cocho em Corumbá, o Sobá em Campo Grande e o Tereré em Ponta Porã. Aliás, O projeto explica um pouco sobre a importância destes elementos na dinâmica identitária de Mato Grosso do Sul e como a inserção no cotidiano da população do estado.

“Criamos este projeto para valorizar os símbolos culturais do estado. Chamar a atenção para nossos patrimônios culturais, neste caso, os imateriais, que têm a ver com o modo de fazer e que também revelam a nossa herança cultural ligada aos indígenas, aos paraguaios e aos japoneses, um caldeirão de influências que, juntas, deram origem ao DNA sul-mato-grossense”, explica Rodrigo Teixeira, um dos apresentadores e também idealizador do projeto.

Portanto, os documentários registraram personagens, mostraram os elementos característicos e revelaram curiosidades sobre a história, os rituais e as dinâmicas sociais dos três bens culturais imateriais.

Viola-de-cocho o som do Pantanal

Desde o final do século 19, há indícios da presença da viola-de-cocho entre os indígenas do Pantanal, e até hoje ela faz parte dos principais festejos da região. O que fez com que ela se tornasse patrimônio cultural de Mato Grosso do Sul.

Para que um elemento se torne patrimônio histórico de um local, é preciso muita pesquisa e estudos, mas principalmente o contato com a comunidade local. No caso, o documentário retrata as rodas de cururu e as festas promovidas pelos ”cururueiros” com a presença sempre da viola-de-cocho.

“O projeto deu a oportunidade de reunirmos os cururueiros e divulgar o trabalho de cada um deles. Costumamos dizer que na verdade o patrimônio são eles, porque eles detém esse saber ligado ao modo de fazer a viola-de-cocho. Então divulgar o trabalho deles, a história de cada um, é muito importante pra que cada vez mais as pessoas da região possam conhecer e preservar essa história”, ressalta Wanessa Rodrigues, socióloga e produtora cultural.

Sobá e seu protagonismo

Um dos personagens trazidos nos documentários é a dona Dirce Guenka, que há mais de 20 anos fabrica o macarrão próprio para sobá. Aliás, são cinco pessoas da mesma família que trabalham em torno da produção, com foco no produto principal da iguaria.

“Começamos de forma caseira, fazíamos tudo a mão e com uma máquina pequena, tudo bem manual, conseguimos produzir 10kg de macarrão em média. Hoje já produzimos em torno de 450kg só aos sábados chegando a aproximadamente 6 mil kg por mês. Trabalham na fábrica meu filho, minha nora, duas filhas e um neto”, explica Dona Dirce.

Seu filho Fred recebeu a equipe dentro da fábrica e disse como foi participar do documentário. “A equipe foi bem atenciosa e educada, tentaram mostrar nosso trabalho da melhor forma. Além disso, a repercussão está ótima, muita gente comentando e também pessoas que desconheciam nosso produto vieram nos procurar. Enfim, gostei muito, só tenho a agradecer”, pontuou.

Tereré companheiro fiel do sul-mato-grossense

Difícil não ver um sul-mato-grossense acompanhado de um tereré bem gelado, e o projeto foi até a fronteira com o Paraguai mostrar a importância dessa bebida para o dia-a-dia da nossa população, tanto que se tornou patrimônio material da humanidade.

˜Foi muito gratificante participar desse projeto, visto que o mesmo trata da preservação da memória coletiva e na formação de uma sociedade. Essa preservação influencia diretamente em uma reinterpretação sobre novos olhares históricos, pertencentes a determinada região. De fato, o patrimônio histórico faz parte da identidade de uma sociedade quanto as suas características, costumes, seu comportamento. Além de ser um registro fundamental para as futuras gerações sobre a importância da preservação da memória. Influenciando diretamente na formação cultural local” descreve o historiador, que no videdocumentário contou um pouco mais sobre a história do tereré, Prof. Me. Yhulds Giovani Pereira Bueno.

Serviço

No lançamento do projeto, o vídeo será apresentado presencialmente para os estudantes do Moinho Cultural em Corumbá, na Câmara Municipal em Ponta Porã e na Feira Central em Campo Grande. Sendo assim, para quem quiser acessar os documentários os mesmos já estão disponíveis.

 

Fonte: G1