Segundo levantamento realizado de janeiro a agosto de 2020 e 2021, pela Secretaria de Estado de Saúde, houve redução nos transplantes de coração e de rim no Estado. Em 2020, realizaram-se, portanto, três procedimentos e neste ano, apenas um.

Quanto aos transplantes de rim, no ano passado foram realizados 17 procedimentos e neste ano chegaram a sete. O transplante de córnea foi, portanto, maior realizado neste ano em relação a 2020. Foram 91 procedimentos contra 80 do ano passado.

Estado referência em transplante de fígado

Para o Secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, o Estado tem oferecido todo o apoio para o desenvolvimento de políticas para captação de órgãos e de transplantes.

“Queremos aprimorar ainda mais este sistema e oferecer maior qualidade de vida a estes pacientes, que por muitas vezes, acabam aguardando por muito tempo um transplante. Nós queremos, portanto, melhorar todos esses instrumentos oferecidos pela Secretaria”.

Transplante

Como novidade, a Secretaria de Estado de Saúde e o Hospital Adventista do Pênfigo de Campo Grande iniciaram tratativas neste ano para a viabilidade da implantação do serviço de transplante renal e hepático em Mato Grosso do Sul. Objetivo é tornar o Estado referência em transplante de fígado e no tratamento a pacientes com doenças hepáticas.

O médico-cirurgião do aparelho digestivo, especialista em transplante de fígado, Gustavo Alves Rapassi – que está à frente do projeto em Mato Grosso do Sul – afirma que o principal desafio será a criação de um Centro Especializado em Hepatologia para o cuidado com o paciente portador de doença crônica do fígado.

“O desafio será implantar a cultura de tratamento curativo ao paciente hepatopata crônico. E, ainda, retornar às suas atividades de rotina no próprio Estado”.

Setembro Verde

A campanha deste ano de Setembro Verde chama atenção para um diálogo franco e aberto, entre o doador e a sua família. Manifesta-se, portanto, de forma clara e objetiva, a sua vontade à doação, Setembro Verde. A coordenadora estadual da Central de Transplantes da SES, Claire Miozzo, fala sobre a importância de manter essa conversa e que as pessoas entendam sobre a necessidade de se tornarem doadoras.

“As pessoas não conversam sobre a doação de órgãos e tecidos, quando morrem, cabe a família autorizar a doação. Durante a acolhida entrevistamos o familiar e damos o direito de a família decidir pela doação. Muitas vezes, quando dizem ‘não’, a maioria é porque desconhece a vontade de quem foi a óbito. Se isso ficar claro em vida com a família, ela vai autorizar”, explica a coordenadora.

Corrida contra o tempo em Setembro Verde

Pessoas treinadas e que passam por capacitações da Central de Transplantes, realizam o  serviço de acolhimento a fim da família entender todo o processo de morte encefálica e o direito de autorizar ou não, a de doação órgãos e tecidos.

“É muito importante que a família não tenha nenhuma dúvida de todo o processo. A família tem que ser acolhida desde o princípio: desde a chegada do familiar ao hospital; quando o médico abrir o protocolo de morte encefálica, a família tem que ser avisada; e o direito de acompanhar todo o processo para que não se tenha dúvida na hora da entrevista e autorização da doação”, pontua Claire.

Procedimento varia de acordo com a complexidade e da compatibilidade

Assim, uma vez, confirmada a morte do doador, inicia-se uma corrida contra o tempo. Envolve, dessa maneira, dois clínicos diferentes para confirmar o óbito, constatações de compatibilidade e contato com a família para oferecer o direito à doação. A partir daí acontece a sorologia, retirada e implante.

Quando se trata de transplante, muitos dos órgãos remetem-se, dessa maneira, a outros locais para realização das cirurgias. O procedimento varia de acordo com a complexidade e da compatibilidade. Assim, as ações têm que acontecer de forma rápida. O transplante de um coração deve acontecer em até quatro horas. De fígado, em 12 horas. De pulmão realiza-se, portanto, dentro de quatro horas e o de rim em até 24 horas. No entanto, no caso das córneas podem ser transplantadas em até 14 dias.

Diversos transplantes de órgãos

A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Central Estadual de Transplantes, conta com apoio da rede pública e privada para fazer os transplantes em Mato Grosso do Sul. Os hospitais de Campo Grande por exemplo, são responsáveis por diversos transplantes de órgãos. A Santa Casa realiza o transplante de coração, rim e córnea; o da Unimed, o transplante de rins, tecido músculo esquelético (osso); o da Cassems procede o transplante de coração; São Julião, de córneas, sendo o maior nesta especialidade no Sistema Único de Saúde (SUS). As clínicas particulares da Capital e os municípios de Três Lagoas e Dourados também realizam transplantes de córneas.