No momento, você está visualizando Agropecuária cresce 10% no segundo trimestre na comparação anual e impulsiona economia do período
Segundo trimestre marca crescimento da agropecuária brasileira, impulsionando a elevação de 2,2% do PIB do período Foto: Famasul

Agropecuária cresce 10% no segundo trimestre na comparação anual e impulsiona economia do período

Milho, soja, arroz, algodão e café puxaram crescimento da agropecuária brasileira no segundo trimestre

O crescimento da agropecuária brasileira marcou 10,1% no segundo trimestre de 2025, em relação a igual período do ano passado, impulsionando a elevação de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do período.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação aos três primeiros meses do ano, o crescimento da agropecuária brasileira ficou praticamente estável, com recuo de 0,1%.

O crescimento do setor se deve, principalmente, às estimativas de recorde nas colheitas de soja e de milho este ano. O IBGE estima que a produção dos dois cultivos deve ter alta de 14,2% e 19,9%, respetivamente, em relação a 2024.

O resultado do segundo trimestre também foi impactado pelas projeções de alta anual na colheita de arroz (17,7%), algodão (7,1%) e café (0,8%).

Participação do agro no PIB deve crescer este ano

Justamente pela estimativa de colheita recorde de grãos, a participação do agro no PIB deve crescer este ano. Assim prevê Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócios.

Mas a projeção dele é feita com base no PIB agro calculado pela Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA). A Confederação leva em conta não somente as atividades feitas dentro das porteiras (plantios e criação de animais), como também fora delas, na agroindústria e nos serviços ligados ao agronegócio.

Hoje, o IBGE só considera as atividades de dentro da porteira para calcular a participação do agro na economia. Segundo essa metodologia, o setor tem uma participação de 6,5% no PIB.

Mas quando se considera toda a agroindústria e os agrosserviços, essa participação sobe para 23%, e pode avançar para cerca de 29% este ano com a supersafra de grãos, diz Cogo.

Esmagamento recorde de soja

“Quando se olha para o PIB fora da porteira, o esmagamento da soja para a produção de óleo e farelo impacta mais o segundo trimestre do que a colheita do grão, que se concentra nos três primeiros meses do ano”, explica Plinio Nastari, CEO da Datagro Consultoria.

Apesar disso, ele pontua que houve um atraso na colheita este ano, o que acabou empurrando parte dessa atividade para o segundo trimestre.

Ao final dessa safra, a Datagro prevê uma colheita recorde de soja de 173,5 milhões.

“O Brasil teve recordes históricos de esmagamento de soja em março, abril e maio. E a expectativa é de que esses dados se confirmem em junho também, fechando assim o segundo trimestre com recordes históricos consecutivos”, detalha a analista de grãos da Datagro, Giovana Cavalca.

O Brasil também exportou grandes volumes de soja no período. Mesmo em um cenário de superoferta nos EUA e na Argentina, houve demanda pelo produto nacional.

Pinhata explica que o Brasil será praticamente o único país que terá uma boa quantidade de café arábica para exportar neste segundo semestre.

De agosto a dezembro, por exemplo, o país costuma enviar para fora cerca de 15 milhões de sacas de café, enquanto a Colômbia, 5 milhões, e o Peru, 2 milhões.

“É um cenário complicado para os Estados Unidos, que vive um momento de estoques reduzidos”, comenta.

Cana-de-açúcar sofreu impacto de secas e incêndios

Já o setor de cana-de-açúcar entrou na safra 2025/26 com sintomas de “ressaca” da forte seca e dos casos de incêndios ocorridos em 2024. Este cenário provocou uma queda de 14,5% na produção de açúcar no 2º trimestre deste ano, em relação a igual período do ano passado.

É o que afirma o economista sênior da Datagro Bruno Wanderley Freitas. “O segundo trimestre espelha os impactos dessa ‘ressaca’, mas os trimestres seguintes não replicarão esse retrato”, destaca Freitas.

A produção de etanol também caiu no segundo trimestre, na comparação anual. O percentual de queda foi de 14,3%, para 9,74 bilhões de litros.

Fonte: g1