Entenda, o motivo da Geração Z estar refletindo sobre o namoro atualmente
Marcado por declarações de amor, presentes e jantares à luz de velas, 0 Dia dos Namorados, passou a ter novos significados – especialmente entre jovens da Geração Z, que estão reavaliando o namoro.
Para muitos da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), a compreensão do amor deixou de lado os padrões tradicionais. Desse modo, para alguns é sobre o outro; para outros, é sobre si mesmo.
Saiba por que a Geração Z está repensando o namoro, confira mais detalhes sobre o assunto
Buscando amar
‘Melhor só do que mal acompanhado’
- “Estabilidade profissional
- Conquista de um espaço próprio
- Realização de metas pessoais “
Sobre a influência da internet e dos aplicativos de relacionamento, Rangel é pragmático. “Acredito que tanto os apps quanto a vida cotidiana podem ser formas de encontrar alguém, caso esteja procurando“, destaca.
Para Juan Espiñeira, produtor audiovisual, a internet escancara diversas formas de relacionamentos amorosos. “Os apps de relacionamento já são parte do cotidiano, não há como negar, mas mais do que a maneira de ver um namoro, é a maneira de experienciar relações que eles proporcionam”, diz o jovem de 27 anos.
O tempo é um dos principais fatores que o levaram Espiñeira a não estar em um relacionamento
Também com 27 anos, a técnica de enfermagem Julia de Oliveira decidiu dar uma pausa nos relacionamentos amorosos. “Passei muitos anos dentro de relacionamentos longos, sentia falta de me ver e estar sozinha“, diz Julia.
A decisão, segundo ela, não foi motivada por decepções amorosas, mas por uma necessidade pessoal de autoconhecimento e liberdade.
Um importante motivo da Geração Z estar repensando o namoro
“São muitas informações novas o tempo todo, tornando as coisas muito superficiais. É tudo muito rápido, muito descartável. Isso me fez querer desacelerar e olhar mais para dentro”, diz a técnica de enfermagem.
Segundo o psiquiatra Thiago Blanco, as novas gerações têm expectativas diferentes em relação à construção social, especialmente nas estruturas e formas de amar. “Elas conseguem construir uma imagem de maior liberdade nesse campo. O senso de justiça é bastante fortalecido, mas também há uma liberdade maior na experimentação do próprio corpo e na abertura para questões de gênero”, explica.
Amores líquidos não valem o meu tempo?
A escolha de permanecer solteiro, como demonstrado nos relatos, se alinha diretamente ao conceito de amores líquidos, proposto pelo filósofo Zygmunt Bauman.
Esse conceito descreve uma sociedade em que os vínculos afetivos se tornaram mais frágeis, instáveis e marcados pela fluidez — ou seja, relações que se formam e se desfazem com facilidade, sem o compromisso duradouro que caracterizava os relacionamentos em tempos anteriores.
Características
- Instabilidade: relações não têm garantia de durabilidade; são facilmente descartáveis.
- Individualismo: A busca pela satisfação pessoal prevalece sobre o compromisso com o outro.
- Medo do Compromisso: há receio de criar vínculos profundos por causa da imprevisibilidade e da possibilidade de sofrer.
- Consumo de Relações: pessoas tratam relações como produtos: descartam quando deixam de “servir”.
- Virtualidade: a tecnologia e as redes sociais potencializam interações superficiais e passageiras.
Impactos sociais e pessoais
- Solidão: Apesar de conectadas, as pessoas sentem-se isoladas por não desenvolverem laços profundos.
- Ansiedade Relacional: A incerteza sobre a reciprocidade causa insegurança e tensão.
- Desumanização: Relações são pautadas mais pelo utilitarismo do que pelo afeto genuíno.
Contexto da Modernidade Líquida
- Os “amores líquidos” são reflexo da modernidade líquida, em que tudo é transitório, fluido e efêmero.
- Valores tradicionais como estabilidade e fidelidade são substituídos pela busca constante por novidades e satisfação instantânea.
Fonte: g1