Vazio Sanitário da Soja é o período em que é proibido manter nas lavouras plantas vivas de soja. Para respeitar o vazio sanitário, após a colheita da soja, o produtor precisa destruir as plantas por meio da aplicação de produtos químicos ou com métodos físicos.
Em Mato Grosso do Sul, o vazio sanitário da soja teve início oficialmente no dia 15/6. No período de 90 dias fica proibido o cultivo do grão, sob risco de penalidades.
A campanha realizada pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), tem a parceria da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja/MS) e Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).
O período de plantio da oleaginosa no Estado acontece entre os dias 16/9 a 31/12 e o cadastro de área plantada é obrigatório, devendo ser realizado no site do Iagro (www.servicos.iagro.ms.gov.br/plantio) no período entre 1/9 e 10/1 ou até mesmo fora dele.
O vazio sanitário é crucial para evitar a expansão de focos de ferrugem asiática nas lavouras, sendo a doença de maior expressão da cultura da soja.
Vazio sanitário e calendarização da semeadura da soja
O vazio sanitário e a calendarização da semeadura da soja são estratégias para o manejo da ferrugem-asiática da soja, mas essas medidas têm objetivos bem diferentes. O vazio sanitário é o período de, no mínimo, 90 dias sem a cultura e plantas voluntárias no campo. O objetivo do vazio sanitário é reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem-asiática durante a entressafra e assim atrasar a ocorrência da doença na safra. No Brasil, treze estados e o Distrito Federal adotaram essa medida, estabelecida por meio de normativas. E, além do Brasil, o Paraguai também estabeleceu o período de vazio sanitário, lá chamado de “pausa fitossanitária”.
O fungo que causa a ferrugem-asiática é biotrófico, o que significa que precisa de hospedeiro vivo para se desenvolver e multiplicar. Ao eliminarmos as plantas de soja na entressafra “quebramos” o ciclo do fungo, reduzindo assim a quantidade de esporos presentes no ambiente.
A calendarização da semeadura da soja é a determinação de data-limite para semear a soja na safra. Essa medida foi estabelecida também por normativas estaduais, mas por sete estados produtores de soja, até o momento: Goiás, Mato Grosso, Santa Catarina, Tocantins, Bahia e Mato Grosso do Sul. O objetivo da calendarização é reduzir o número de aplicações de fungicidas ao longo da safra e com isso reduzir a pressão de seleção de resistência do fungo aos fungicidas. Populações menos sensíveis a fungicidas inibidores da desmetilação (IDM ou “triazóis”), inibidores de quinona externa (IQe ou “estrobilurinas”) e inibidores da succinato desidrogenase (ISDH ou “carboxamidas”) já foram observadas no campo.
Semeaduras tardias de soja podem receber inóculo [esporos (“sementes”) do fungo] já nos estádios vegetativos, exigindo a antecipação da aplicação de fungicida e demandando maior número de aplicações. Quanto maior o número de aplicações, maior a exposição dos fungicidas e maior a chance de acelerar o processo de seleção de populações resistentes a esses fungicidas.
É provável que haja mudanças nos períodos do vazio sanitário e da calendarização da semeadura da soja, em alguns estados, em função da portaria nº 306, de 13 de maios de 2021.
Ft: Governo do Estado de MS