Rede hospitalar na fronteira de MS amplia acesso a serviços
A rede hospitalar na fronteira de MS está passando por um novo modelo de regionalização para ampliar o acesso aos serviços hospitalares e assim, melhorar a resposta a situações de urgência e alta complexidade. A aproximação da Rota Bioceânica tem acelerado mudanças importantes na estrutura de saúde pública do Estado, especialmente na região de fronteira, na qual o Governo do Estado aposta em uma reestruturação.
A proposta, coordenada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), prevê uma rede hierarquizada com diferentes níveis de atendimento. Assim, cidades menores, como Porto Murtinho, passam a reforçar a atenção básica e a estabilização de urgências, enquanto municípios-polo, como Ponta Porã, concentram cirurgias e atendimentos de média complexidade. Já os procedimentos de alta complexidade permanecem nos centros maiores, como Campo Grande juntamente com Dourados.
“O crescimento econômico, assim como o aumento do fluxo de pessoas na região sul exigem uma resposta organizada da saúde pública”, explica João Ricardo Tognini, da Assessoria Técnica Médica da SES. De acordo com ele, além dos riscos associados à mobilidade, como acidentes, há uma necessidade crescente de ampliar o acesso a todos os níveis de cuidado; do preventivo ao especializado.
Fortalecimento para as cidades de apoio
O plano também fortalece cidades de apoio, como Bela Vista e Jardim. Dessa forma, essas cidades passam a integrar cinturões regionais capazes de absorver parte da demanda. Isso diminui a pressão sobre os hospitais de referência e evita deslocamentos longos de pacientes. A ideia é garantir que o paciente esteja no “lugar certo, na hora certa, com o cuidado adequado”. Assim define o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa.
Além da reorganização interna, o modelo inclui ações de cooperação internacional. Durante o Encontro de Cooperação Interfederativa em Saúde Brasil-Paraguai, realizado em abril, foi assinado um termo binacional. Esse termo prevê o mapeamento conjunto das estruturas hospitalares nas cidades de fronteira, como Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (PY). A intenção é identificar gargalos e otimizar recursos por meio de uma rede integrada.
“O mapeamento nos permitirá entender, em detalhes, a realidade de cada município”, afirma a secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone. A coleta de dados deve começar em até 30 dias, com foco em leitos, equipamentos e profissionais disponíveis nos dois lados da fronteira.
A ampliação do transporte aeromédico também está entre os pontos-chave da nova estratégia. O território sul-mato-grossense apresenta longas distâncias e baixa densidade populacional. Por isso, o socorro por via aérea é considerado essencial. Essa medida garante agilidade no atendimento de casos graves.
Fonte: Secom/Gov.ms