Putin prometeu continuar com a “operação militar” na Ucrânia, que completará um ano na próxima sexta-feira (24)
Vladimir Putin, o atual presidente da Rússia, declarou na terça-feira (21) a suspensão da participação russa no último tratado de acordo nuclear existente entre o país e os Estados Unidos. O New START, assinado em 2010. O anúncio foi feito durante um discurso do líder político às elites militar e política russas.
Além disso, Putin também anunciou que passaria a ser disponível no território russo um novo tipo de armamento, mas sem especificar suas funcionalidades e nem mesmo se consiste em uma arma nuclear ou não. De qualquer forma, a mensagem é vista pelo governo norte-americano como uma ameaça que merece atenção.
Para reforçar a decisão, o líder russo também disse que pessoas em Washington ponderavam retomar os testes nucleares, e que, por isso, o Ministério da Defesa da Rússia deve permanecer atento para que armas nucleares tenham utilização, se necessário:
“É claro que não faremos isso primeiro. Mas se os Estados Unidos realizarem testes, então nós o faremos. Ninguém deve ter ilusões perigosas de que a paridade estratégica global pode ser destruída.”
Em seguida, Putin prometeu continuar com a “operação militar” na Ucrânia, que completará um ano na próxima sexta-feira (24). Além de acusar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que é liderada pelos Estados Unidos, de ser a responsável pelo início do conflito.
“Há uma semana, assinei um decreto sobre a colocação de novos sistemas estratégicos terrestres em serviço de combate. Eles vão enfiar o nariz deles lá dentro também, ou o quê? Eles acham que tudo é tão simples assim? Que vamos deixá-los entrar lá assim?”, disse o líder russo no discurso.
“Mundo mais perigoso”
Em resposta ao pronunciamento de Vladimir Putin, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, lamentou a decisão russa e pediu que o líder reconsiderasse a decisão: “Mais armas nucleares e menos controle tornam o mundo mais perigoso”, afirmou.
Ademais, Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, disse que o anúncio de Putin era infeliz e irresponsável. “Estaremos observando atentamente para ver o que a Rússia realmente faz. É claro que nos certificaremos de que, em qualquer caso, estejamos posicionados adequadamente para a segurança de nosso próprio país e de nossos aliados”, contou.
Acordo Nuclear com os Estados Unidos : New START
O tratado New START era, até então, o último remanescente entre Rússia e Estados Unidos, responsável por limitar o número de ogivas nucleares estratégicas que ambos os países poderiam implantar em mísseis e outros armamentos. Ele entrou em vigor em 2011, tendo sido assinado no ano anterior, 2010, pelos então presidentes Barack Obama e Dmitry Medvedev.
Com ele, as duas potências se comprometeram a não implantar mais de 1.550 ogivas nucleares estratégicas e 700 mísseis e bombardeiros de longo alcance. Além disso, inspetores de ambos os países podem ter acesso a esses armamentos de outro, para garantir que o tratado esteja sendo respeitado por ambos os lados.
Porém, as inspeções foram suspensas em março de 2020, em decorrência da pandemia de Covid-19. De forma que a confiança entre as nações foi se minando. Então, em novembro do ano passado, quando deveria ocorrer outro desses encontros, a Rússia adiou e nenhum dos dois lados estabeleceu uma nova data.
Vale lembrar ainda, por fim, que a Rússia e os Estados Unidos juntos possuem mais de 90% de todo o armamento nuclear que pode ser encontrado em todo o mundo, e por isso ambos os lados sempre enfatizam que uma guerra entre as potências nucleares deve ser evitada a qualquer custo, pois traria consequências devastadoras à humanidade.
Fonte: radaramazonico