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O etanol de primeira geração é produzido a partir de um processo de moagem e fermentação da cana-de-açúcar, o que gera o bagaço (biomassa), que seria descartado como resíduo

Produção de etanol aumenta através bagaço da cana-de-açúcar

O Brasil é o segundo maior produtor de etanol no mundo, de acordo com dados da Renewable Fuels Association

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) desenvolveu um fertilizante capaz de potencializar o aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar para aumentar a produção de etanol. O produto chamado de Max G2, prevê um impacto no setor, com potencial de dobrar a produtividade de um plantio de cana-de-açúcar. A ideia inovadora tem desenvolvimento pelo projeto Biosolutions, no Centro de Ciências Biológicas da instituição de ensino superior.

Assim, o etanol de primeira geração é produzido a partir de um processo de moagem e fermentação da cana-de-açúcar, o que gera o bagaço (biomassa), que seria descartado como resíduo. O Max G2 transforma esse bagaço em matéria-prima para a produção de mais biocombustível, o chamado etanol de segunda geração, principal benefício dessa inovação.

Aliás, o Max G2 se baseia na interferência alelopática, um tipo de processo natural, que consiste na maneira como as plantas usam moléculas para invadir o sistema fisiológico de outras espécies de plantas e induzir modificações que proporcionam benefícios. A técnica popularmente conhecida como engenharia fisiológica, porque tem baseamento em conhecimentos da Fisiologia e Ecofisiologia Vegetal.

A pesquisa começou em 2007, no pós-doutorado do professor Wanderley Dantas dos Santos, do Departamento de Bioquímica da UEM, na área de Fisiologia Vegetal. “Ao utilizar moléculas ricas em informação em um vegetal é como conversar na linguagem das plantas, por meio da química. Elas passam a agir de uma forma diferente devido às instruções que estamos inserindo, como se estivéssemos hackeando o sistema fisiológico delas”, explica o docente, que também atua no Laboratório de Bioquímica de Plantas (Bioplan).

Potencial para a produção de etanol através da cana-de-açúcar

A ideia de transformar o resultado da pesquisa em fertilizante surgiu no ano passado, durante o doutorado do biotecnólogo Wagner Mansano Cavalini, no âmbito do Programa de Biologia Celular e Molecular. Mestre em Ciências Biológicas, o acadêmico percebeu uma oportunidade de negócio. “A equipe Biosolutions desenvolveu, a partir de pesquisas científicas, uma tecnologia inovadora e promissora para o mercado. Portanto, essa tecnologia vai melhorar o processo da utilização do bagaço da cana-de-açúcar na produção do etanol”, explica o líder do projeto.

Esse fertilizante aplicado nas folhas das plantas, absorvido e transportado por todo o vegetal. O produto funciona como um maximizador de carboidratos (açucares) e tem uso na cana-de-açúcar ainda jovem, por meio da pulverização. O resultado do experimento é uma planta com mais carboidratos, principal nutriente para a produção do biocombustível etanol.

Sustentabilidade

No setor energético, os biocombustíveis provêm de fontes renováveis e representam solução sustentável, em relação aos combustíveis fósseis, derivados do petróleo. O etanol equivale ao uso eficiente dos recursos naturais, em especial o etanol de segunda geração, pois aproveita o material que teria descarte. Além de ter potencial para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

O Brasil é o segundo maior produtor de etanol no mundo, de acordo com dados da Renewable Fuels Association (RFA, sigla em inglês para Associação de Combustíveis Renováveis), dos Estados Unidos. O Max G2 tem alto potencial de mercado, pois reduz o impacto da cultura produtiva da cana-de-açúcar no uso do solo e da água, e contribui para uma produção agroenergética sustentável. Na UEM, outros estudos são conduzidos para avaliar a eficácia da tecnologia na produção agropecuária.

Fonte: souagro