Abertura de mais de 20 leitos faz parte do fortalecimento da politica de desospitalização psiquiátrica
A Prefeitura Municipal de Campo Grande ativou nesta segunda-feira (27) vinte (20) leitos psiquiátricos na Santa Casa do município. A ampliação do número de vagas para internação e tratamento de pacientes com transtornos psiquiátricos e dependências de álcool e droga fortalece a política de desospitalização, a qual utiliza-se dos leitos apenas para os casos em que o paciente está em crise.
Com esta ampliação, o município passa a contar com 128 leitos de internação para estes pacientes, sendo um crescimento de 18,5% no número total de vagas disponíveis pelo SUS. Além destas há também 30 vagas em residências terapêuticas para pessoas que desejam dar continuidade ao tratamento, mas não possuem um local para moradia e apoio familiar para tal. Esses 20 leitos psiquiátricos atenderão a demanda vigente.
“Campo Grande é o município que mais investiu em saúde de toda a região centro-oeste, e a abertura destes leitos é mais uma prova disso. A demanda pela saúde mental é uma das que não está relacionada à Covid-19, que mais cresceu neste período de pandemia”, explica o secretário municipal de saúde, José Mauro Filho.
Os recursos para implantação destes leitos estão assegurados através da Portaria n°148 de 31 de janeiro de 2012, que prevê recurso de R$ 66 mil de incentivo a abertura desses leitos e, com a habilitação dos mesmos pelo Ministério da Saúde, possibilita-se o pagamento de R$ 807.855,54 anualmente.
Após tratamento em leito de internação, o paciente é referenciado para um Centro de Atendimento Psico-Social (CAPS) próximo de cada para dar continuidade ao recurso terapêutico. Com esse acréscimo de mais de 20 leitos psiquiátricos será possível atender as solicitações que chegam.
Novos serviços – mais de 20 leitos psiquiátricos
Além do CAPS I.J, inaugurado em setembro, o Complexo em Saúde Mental de Campo Grande abriga o CAPS Afrodite Doris Conti e uma Unidade de Acolhimento Infanto Juvenil (UAI), a primeira em funcionamento no Mato Grosso do Sul e a segunda do Centro-Oeste.
A UAI conta com seis vagas para acolhimento de crianças e adolescentes em situação de extrema vulnerabilidade. O serviço oferece acolhimento transitório às crianças e adolescentes de 10 a 18 anos de idade, com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
“A unidade oferece cuidados contínuos e de proteção para este público, que pode permanecer no serviço por até seis meses, em caráter voluntário”, explica a coordenadoria da RAPS, Ana Carolina Guimarães.
Além dos CAPSs e da UAI, o Complexo conta com as residências multiprofissionais em saúde mental e médica em psiquiatria e o serviço de avaliação e acompanhamento de pessoas privadas de liberdade e de atendimento à população em situação de rua (Equipe Atenda).
Há ainda a previsão de uma nova unidade de CAPS A.D que deverá ser inaugurada no ano que vem, no prédio onde funcionava a unidade de atendimento à crianças e adolescente.
Destaque
Campo Grande é a terceira capital brasileira com o maior número de atendimentos psicossociais em relação ao tamanho da população no país. A cidade fica atrás apenas de Porto Alegre e Curitiba, e realizou mais de 56 mil atendimentos somente nos seis primeiros meses do ano.
O levantamento é feito consultando a base de dados do Ministério da Saúde, que leva em consideração o número estimado de moradores nas cidades no ano de 2020 e o total de atendimentos registrados entre janeiro e junho deste ano. Campo Grande está na frente de cidades com uma população muito maior, como é o caso de Recife, a quarta colocada no ranking.
“Esse é o resultado do trabalho que vem sendo desenvolvido em Campo Grande e o empenho de todos os colaboradores que fazem com que a nossa cidade se destaque não somente na vacinação contra a Covid-19, mas nas diversas áreas da saúde”, destaca o secretário.
Estrutura de atendimento
A Rede de Saúde Mental do Município é composta por 6 CAPSs, sendo 4 CAPS III, 1 CAPS A.D IV, 1 CAPS Infanto Juvenil, 1 Unidade de Acolhimento e 3 Residências Terapêuticas. Todas as unidades funcionam 24 horas por dia, com média de 1300 consultas ambulatoriais de saúde mental e 2000 mil atendimentos nos CAPS por mês. Somente a Rede Municipal possui 101 leitos para atendimentos de pacientes com problemas psiquiátricos ou usuários de álcool e droga.
Além da estrutura própria, o Município conta com 12 leitos contratualizados no Hospital Regional para atendimento de pacientes álcool e droga e 27 no Hospital Nosso Lar para atendimento de pacientes com transtornos psiquiátricos. Acrescenta-se agora mais 20 leitos psiquiátricos.
Os atendimentos de pacientes com transtornos leves e moderados também são realizados nas 72 unidades básicas de saúde do Município (UBS/UBSF).