O encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, que ocorreu no fim de outubro, ajudou a destravar os embarques de soja americana ao mercado chinês. Desse modo, o que deu impulso às negociações da oleaginosa no mercado futuro. Os EUA estavam sem conseguir enviar navios com carregamentos de soja para a China desde setembro.
Segundo cálculos de Francisco Queiroz, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, a China acertou no mês passado a compra de 4 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos. Contudo, o governo americano estabeleceu a meta de negociar 12 milhões com os chineses ainda em 2025.
“As compras de soja que aconteceram até agora são uma estratégia política, para atender o desejo de Trump, e não por necessidade da China. É difícil acreditar que a China irá mesmo comprar as 12 milhões de toneladas, já que a soja brasileira ainda é mais competitiva que a americana. Sobre a qual a China continua cobrando 13% de tarifa de importação. Além disso, a margem das esmagadoras chinesas privadas segue negativa, o que reforça que essa demanda está vindo das estatais”, observa Queiroz.
Milho e Trigo
As cotações de trigo e milho passaram por ajustes técnicos e também subiram em Chicago em novembro. O trigo, contudo, encerrou o mês em alta de 3,4%, com valor médio de US$ 5,4891 o bushel. E o milho subiu 1,1%, a US$ 4,4466 o bushel.
Suco Laranja despenca em Nova York
Na bolsa de Nova York, a boa perspectiva para a oferta mundial de suco de laranja e a baixa demanda pela commodity pressionaram as cotações no mês passado. Segundo levantamento do Valor Data, o preço médio dos contratos de segunda posição do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) caiu 17,7% em novembro, para US$ 1,6546 a libra-peso.
Segundo Andrés Padilla, analista sênior do Rabobank Brasil, o consumo de suco de laranja não está reagindo no mercado internacional neste ano. “Isso se deve principalmente à manutenção de preços elevados no varejo dos Estados Unidos e, em menor medida, na Europa”, afirmou.
Padilla observa que, além disso, há estimativas de recuperação na safra 2025/26 de laranja do Brasil, o maior exportador mundial de suco de laranja. “A reposição de estoques de suco no final do ano safra 2025/26 deve ser considerável, aumentando a disponibilidade do produto”, disse.




