No momento, você está visualizando Preço da soja avança no mercado externo com reaproximação entre EUA e China
O encontro entre os presidentes dos EUA e da China em outubro impulsionou o avanço do preço da soja no mercado externo. Foto: Freepik

Preço da soja avança no mercado externo com reaproximação entre EUA e China

Preço da soja reage com força após EUA e China retomarem compras e destravarem o comércio do grão

O preço da soja avançou no mercado externo com a reaproximação entre EUA e China. Em novembro, a procura por soja americana da safra 2025/26 enfim começou a ganhar tração, o que puxou para cima as cotações do grão na Bolsa de Chicago. A cotação média dos contratos de segunda posição de entrega, normalmente os mais líquidos, subiu 7,8% no mês passado, para US$ 11,3499 o bushel, segundo cálculos do Valor Data.

O encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, que ocorreu no fim de outubro, ajudou a destravar os embarques de soja americana ao mercado chinês. Desse modo, o que deu impulso às negociações da oleaginosa no mercado futuro. Os EUA estavam sem conseguir enviar navios com carregamentos de soja para a China desde setembro.

Segundo cálculos de Francisco Queiroz, analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, a China acertou no mês passado a compra de 4 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos. Contudo, o governo americano estabeleceu a meta de negociar 12 milhões com os chineses ainda em 2025.

“As compras de soja que aconteceram até agora são uma estratégia política, para atender o desejo de Trump, e não por necessidade da China. É difícil acreditar que a China irá mesmo comprar as 12 milhões de toneladas, já que a soja brasileira ainda é mais competitiva que a americana. Sobre a qual a China continua cobrando 13% de tarifa de importação. Além disso, a margem das esmagadoras chinesas privadas segue negativa, o que reforça que essa demanda está vindo das estatais”, observa Queiroz.

Milho e Trigo

As cotações de trigo milho passaram por ajustes técnicos e também subiram em Chicago em novembro. O trigo, contudo, encerrou o mês em alta de 3,4%, com valor médio de US$ 5,4891 o bushel. E o milho subiu 1,1%, a US$ 4,4466 o bushel.

Suco Laranja despenca em Nova York

Na bolsa de Nova York, a boa perspectiva para a oferta mundial de suco de laranja e a baixa demanda pela commodity pressionaram as cotações no mês passado. Segundo levantamento do Valor Data, o preço médio dos contratos de segunda posição do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) caiu 17,7% em novembro, para US$ 1,6546 a libra-peso.

Segundo Andrés Padilla, analista sênior do Rabobank Brasil, o consumo de suco de laranja não está reagindo no mercado internacional neste ano. “Isso se deve principalmente à manutenção de preços elevados no varejo dos Estados Unidos e, em menor medida, na Europa”, afirmou.

Padilla observa que, além disso, há estimativas de recuperação na safra 2025/26 de laranja do Brasil, o maior exportador mundial de suco de laranja. “A reposição de estoques de suco no final do ano safra 2025/26 deve ser considerável, aumentando a disponibilidade do produto”, disse.