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Na Poupança, a pessoa perde poder de compra ao deixar dinheiro parado na caderneta, pois a inflação acumulada nos últimos doze meses está em torno dos 9%

POUCO RISCO: opções de investimentos para quem quer deixar a poupança

Caderneta é uma das opções mais seguras para se guardar dinheiro, mas é a que oferece um dos retornos mais baixos do mercado

A poupança tem mais de R$ 1 trilhão investidos, de acordo com o Banco Central, e continua sendo a aplicação favorita do brasileiro. A caderneta é uma das opções mais seguras para se guardar dinheiro, mas é a que oferece um dos retornos mais baixos do mercado. E mesmo com os juros da economia (taxa Selic) mais altos, continua perdendo para a inflação.

rendimento da poupança hoje é de 70% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), títulos de empréstimos negociados entre os bancos. Essa taxa varia de um dia para o outro, mas acompanha de perto a Selic, atualmente 5,25% ao ano.  Sendo assim, a rentabilidade da poupança ainda é menor que os juros da economia (algo em torno de 3,675% ao ano).

Na prática, o poupador perde poder de compra ao deixar dinheiro parado na caderneta, pois a inflação acumulada nos últimos doze meses está em torno dos 9%. Mas além da segurança, a poupança possui o atrativo da liquidez diária, ou seja, resgata-se o dinheiro a qualquer momento. Também não há cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre o rendimento da aplicação.

Planejadores financeiros listaram outras aplicações com características similares à poupança, mas que oferecem retornos maiores. O poupador que decide sair da caderneta, porém, precisa definir objetivos para a aplicação.

“Se for para reserva de emergência, precisa necessariamente ser um investimento pós-fixado [indexado a uma taxa] e com liquidez diária”, afirma o planejador financeiro Jaques Cohen, lembrando que não há investimento sem risco. “Existem o risco de crédito, de liquidez e o risco de mercado. E aí, dependendo do horizonte de tempo do investidor, a gente pode balizar quais seriam esses investimentos”, diz.

 Tesouro Selic

título emitido pelo Tesouro Nacional é considerado até mais seguro do que a poupança. “É como se o investidor estivesse emprestando dinheiro para o governo. Logo, é o governo que assume a garantia do empréstimo”, diz Andres Montano, planejador financeiro. Como o próprio nome sugere, o Tesouro Selic rende de acordo com os juros da economia, mas ao contrário da poupança, paga 100% da taxa.

A liquidez do título também é diária, ou seja, o investidor pode resgatar os recursos quando precisar. O Tesouro Selic garante ainda que a rentabilidade vai ser maior se os juros subirem. Na poupança não é assim: caso a Selic ultrapasse os 8,5% ao ano, o rendimento da poupança trava em 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), que hoje está zerada.

“A rentabilidade da poupança em torno de 6% ao ano com os juros mais altos e, por isso, o Tesouro Selic vai dar mais retorno”, diz Júnior Monteiro, consultor de investimentos e sócio-fundador da Six Capital.

O Tesouro Selic, porém, não é isento de IR. O rendimento da aplicação é tributado de acordo com o tempo de investimento, e a alíquota vai de 22,5% (nos investimentos de até 180 dias) a 15% (acima de 720 dias).

Poupança X CDB

Certificado de Depósito Bancário é um título de renda fixa emitido pelos bancos. Na prática, o investidor empresta dinheiro para a instituição financeira e recebe juros por isso. O CDB pode ser pré ou pós-fixado, e é possível encontrar opções que pagam mais de 100% do CDI. A liquidez do título, no entanto, variam. Em alguns casos, os recursos são acessados no vencimento do CDB.

“Muitos têm liquidez diária, mas alguns só no prazo e isso precisa ser observado a depender do objetivo do investidor”, ressalta Monteiro.

Andres Montano afirma que os CDBs com liquidez diária são mais comuns em bancos digitais, e o investidor precisa conhecer a qualidade do crédito que está adquirindo. “O recomendável é buscar instituições mais sólidas, para que o investidor se sinta seguro”, afirma o planejador.

O CDB tem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que cobre aplicações de até R$ 250 mil em caso de falência da instituição financeira. “Mas é importante lembrar que mesmo tendo FGC, uma reserva de emergência não pode esperar o tempo do ressarcimento cair na conta”, alerta Jaques Cohen.

Poupança X Fundos DI

Os fundos são como condomínios de investimento em que os moradores, nesse caso os cotistas, investem recursos individualmente e o montante é aplicado de acordo com uma estratégia. A função dos Fundos de Renda Fixa Referenciados DI, ou simplesmente Fundos DI, é garantir ao cotista uma rentabilidade de 100% do CDI. Para isso, o gestor do fundo vai escolher em quais títulos investir.

“Apesar de não ter a cobertura do FGC, esses fundos são compostos em 95% por títulos públicos de diferentes tipos e com vencimentos diferentes. Isso também traz segurança para o investidor”, afirma Andres Montano.

A modalidade também tem liquidez diária, mas como todo fundo de investimento, é importante que o investidor observe o valor de taxas de administração e outras tarifas que podem ser cobradas pelo Tesouro e pela B3.