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70% da população brasileira ativa sofre com o estresse, e isso tem trazido alguns problemas de saúde. Foto: Reprodução

População brasileira não trata o estresse e sofre as consequências com o surgimento de doenças

Dia Mundial de Combate ao Estresse alerta para o problema que afeta a saúde de mais de 70% das pessoas no país

O estresse crônico está associado a uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, distúrbios digestivos, insônia e um enfraquecimento do sistema imunológico. Além disso, pode provocar ansiedade, depressão e exaustão emocional. De acordo com um estudo da International Stress Management Association (ISMA-BR), cerca de 70% da população brasileira ativa sofre com o estresse, seja de forma aguda ou crônica. Contudo, o dado alarmante reforça a urgência da conscientização da população para a gestão do estresse no cotidiano, um dos objetivos do Dia Mundial de Combate ao Estresse, data celebrada em 23 de setembro.

Em um mundo cada vez mais acelerado e conectado, o estresse crônico se tornou uma preocupação global, impactando diretamente o bem-estar das pessoas. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) coloca o Brasil no topo do ranking mundial de ansiedade, que afeta 9,3% da população. “Dentro da realidade brasileira, a sobrecarga de trabalho, a instabilidade econômica e a pressão social são fatores que contribuem significativamente para esse problema”, comenta a psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra Aline Sabino.

Além disso, uma pesquisa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) mostrou que 32% dos brasileiros apresentam sintomas de ansiedade exacerbada e transtornos relacionados ao estresse. A saber, essa condição afeta diretamente a qualidade de vida, comprometendo a produtividade no trabalho, os relacionamentos interpessoais e até mesmo o lazer.

O impacto do estresse na saúde

O estresse é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras, mas quando persiste por longos períodos, pode causar uma série de problemas de saúde. Contudo, entre os principais impactos do estresse crônico estão:

Problemas cardiovasculares: aumento do risco de doenças cardíacas, como hipertensão e infartos.
Distúrbios psicológicos: desenvolvimento de dependência de substâncias, transtornos de ansiedade e depressão.
Sistema imunológico enfraquecido: redução da capacidade do corpo de combater infecções.
Problemas de sono e digestão: Insônia e distúrbios gastrointestinais como gastrite, refluxo e úlceras.

Principais Sintomas de Estresse

Alguns dos principais sintomas relatados incluem:

Alterações de humor, como irritabilidade e ansiedade;
Problemas de concentração e dificuldade em socializar;
Distúrbios do sono, incluindo insônia e sono agitado;
Dores de cabeça e enxaquecas;
Dores crônicas em diferentes partes do corpo;
Tensão muscular;
Cansaço extremo;
Problemas de pele, como acne e alergias;
Aumento da pressão arterial, ritmo cardíaco e estimulação muscular;
Taquicardia;
Boca seca;
Formigamento;
Problemas digestivos e aumento da produção de ácidos graxos.

Principais causas do estresse na população brasileira

As principais causas do estresse no Brasil são variadas e refletem tanto questões pessoais quanto sociais. Entre os fatores mais significativos, destacam-se:

Pressão no Trabalho

A pressão exercida no ambiente de trabalho é uma das principais causas de estresse. Contudo, o relatório People at Work 2023, do ADP Research Institute, aponta que 67% dos trabalhadores brasileiros são afetados negativamente pelo estresse no trabalho. Isso inclui sobrecarga de tarefas, prazos apertados e a busca constante por resultados, que podem levar à Síndrome de Burnout. No entanto, a insegurança em relação à estabilidade no emprego também contribui para o aumento do estresse.

Problemas Financeiros

Dificuldades financeiras, como a incapacidade de pagar contas, dívidas crescentes e desemprego, são grandes fontes de estresse. Contudo, a preocupação com a situação financeira pode afetar a qualidade de vida e gerar um estado constante de ansiedade.

Trânsito

A saber, o trânsito caótico nas grandes cidades brasileiras é um fator estressante significativo. Contudo, o tempo perdido em congestionamentos e a frustração associada contribuem para o aumento dos níveis de estresse na população.

Questões Familiares

Conflitos familiares, falta de comunicação e problemas relacionados à saúde de entes queridos podem gerar estresse emocional. No entanto, a dinâmica familiar complexa muitas vezes intensifica a pressão sobre os indivíduos.

Mudanças na Vida

Grandes mudanças, como divórcios, mudanças de emprego ou a morte de um familiar, podem ser eventos altamente estressantes que afetam a saúde mental e emocional das pessoas.

Insegurança Pessoal

Problemas relacionados à autoestima e inseguranças pessoais também são gatilhos para o estresse. Contudo, a comparação social, especialmente nas redes sociais, pode exacerbar sentimentos de inadequação e ansiedade.

Problemas de Saúde

Enfrentar doenças crônicas ou preocupações com a saúde pode gerar um nível elevado de estresse devido à ansiedade sobre tratamentos e limitações físicas.

Essas causas são interligadas e muitas vezes se sobrepõem, criando um ciclo difícil de romper. No entanto, a conscientização sobre esses fatores é essencial para desenvolver estratégias eficazes de gerenciamento do estresse na população brasileira.

A Importância da Conscientização

A saber, é fundamental promover a conscientização sobre o estresse e suas consequências. Contudo, busca por apoio psicológico, práticas de autocuidado como meditação, alimentação saudável e exercícios físicos regulares são algumas das maneiras de combater o estresse. Além disso, ambientes de trabalho que priorizam a saúde mental podem contribuir significativamente para reduzir os níveis de estresse entre os colaboradores. “O Dia Mundial de Combate ao Estresse é um convite à reflexão sobre as próprias experiências com o estresse e a adotar medidas que promovam um estilo de vida mais saudável e equilibrado. No entanto, o cuidado com a saúde mental deve ser uma prioridade para todos nós, por isso, se estiver com esses sintomas de forma prolongada, procure ajuda de um profissional de saúde”, destaca a Dra Sabino.

Fonte: OMS