Poderá ser proibida a utilização de novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa pelas instituições de ensino e bancas examinadoras de seleções e concursos públicos no estado de Mato Grosso do Sul, caso o Projeto de Lei 212/2021, seja aprovado na Assembleia Legislativa.
A proposta começou a tramitar (12/7) e foi apresentada pelo deputado Marcio Fernandes (MDB), com o objetivo de vedar “o emprego de linguagem que, corrompendo as regras gramaticais, pretenda se referir a gênero neutro, inexistente na língua portuguesa”.
Ainda de acordo com a proposta, a vedação, se aprovada, será válida às instituições tanto públicas quanto privadas, independentemente do nível de atuação, bem como a bancas examinadoras de seleções e concursos públicos que queiram inovar, em seus currículos escolares e em editais, novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da língua portuguesa, “em contrariedade às regras gramaticais consolidadas e nacionalmente ensinadas”.
O deputado explicou na justificativa do projeto que “na língua de uma nação nada se acresce pelo uso da força ou do enviesamento políticoideológico e que o projeto é em resposta a tentativas isoladas de impor uma visão linguística que reconheceria no português um terceiro gênero”.
“A chamada linguagem neutra é uma ideia defendida por alguns grupos que afirmam que a língua portuguesa é preconceituosa e machista. Assim, os militantes visam uma mudança radical na norma culta do português. Por exemplo, palavras como “todos” ou “todas” são substituídas por “todes” ou “todx”. Pronomes como “dele” ou “dela” são substituídos por “dili” ou “delx”. Ou seja, a prática visa usar palavras neutras, nem masculinas nem femininas.
Essa é uma visão distorcida da realidade e que somente provocará caos amplo e generalizado nos conceitos linguísticos. Não há como se falar em mudar toda uma estrutura de linguagem em um país onde a cada ano aumenta o número de crianças e adolescentes analfabetos”, justificou o deputado Marcio Fernandes.
Confira o projeto na íntegra e sua tramitação clicando aqui. A proposta agora segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).