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Também houve avanço no PIB dos serviços de transporte, armazenagem e correio (2,1%),e comércio (1,6%)

PIB do Brasil avança 1% no 1º trimestre, induzido por serviços

De acordo com o IBGE, com esse resultado, o PIB avança 1,6% acima do patamar do quatro trimestre de 2019

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avança 1% no 1º trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, conforme divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Frente ao mesmo trimestre de 2021, o avanço foi de 1,7%. Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 2,249 trilhões.

Trata-se do terceiro resultado positivo seguido, depois do recuo registrado no segundo trimestre de 2021 (-0,2%). O avanço, porém foi menor que o alcançado no 1° trimestre do ano passado (1,1%) frente ao 4º trimestre de 2020.

Aliás o resultado representa uma aceleração frente aos trimestre anteriores, impulsionada pelo setor de serviços – o mais impactado pela pandemia e de maior peso na economia –, que ainda tem encontrado espaço para recuperar o nível de atividade pré-Covid, apesar dos impactos da inflação e dos juros altos.

De acordo com o IBGE, com esse resultado, o PIB está 1,6% acima do patamar do quatro trimestre de 2019, período pré-pandemia, e 1,7% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, registrado no primeiro trimestre de 2014, o que equivale ao patamar observado em meados de 2013.

“Isso significa que a gente mais que superou a retração que teve com a pandemia, mas ainda não foi suficiente para recuperar o patamar anterior à crise de 2016”, destacou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

Mediana de pesquisa do jornal “Valor Econômico” com 82 instituições financeiras e consultorias projetava uma alta de 1% para o PIB do 1º trimestre, em relação ao 4º trimestre de 2021. Já a expectativa de pesquisa da Reuters era de avanço de 1,2%.

Revisão de dados

O IBGE revisou os dados trimestrais de 2021. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o avanço do PIB nos 3 primeiros meses do ano passado foi de 1,1%, diferente do crescimento de 1,4% divulgado anteriormente.

Já a queda registrada no segundo trimestre foi revisada de -0,3% para -0,2%. No terceiro trimestre, houve crescimento de 0,1,% em vez de queda de 0,1%. Já a alta do 4º trimestre passou de 0,5% para 0,7%.

No acumulado em quatro trimestres, o PIB cresceu 4,7%, comparado aos quatro trimestres imediatamente anteriores.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é o principal indicador para medir a evolução da economia (entenda como ele é calculado).

Principais destaques do PIB do 1º trimestre:

  • Serviços: 1%
  • Indústria: 0,1%
  • Agropecuária: -0,9%
  • Consumo das famílias: 0,7%
  • Consumo do governo: 0,1%
  • Investimentos: -3,5%
  • Exportações: 5%
  • Importação: -4,6%

PIB avança, mas Inflação freia crescimento

Principal destaque do PIB avança no primeiro trimestre de 2022, o setor de serviços – o de maior peso na economia brasileira – foi beneficiado pelo aumento no consumo das famílias, que cresceu tanto na comparação com o 4º trimestre (0,7%) quanto em relação ao 1º trimestre de 2021 (2,2%). Mas esse crescimento poderia ter sido ainda maior, não fosse a inflação tão alta.

“A gente só não tem como calcular quão maior esse consumo poderia ter sido sem o impacto da inflação”, enfatizou a gerente da pesquisa Rebeca Pallis.

Esse desempenho do consumo das famílias se deve, segundo a pesquisadora, ao comportamento do mercado de trabalho, que vem “andando de lado”.

“A gente tem um crescimento importante da ocupação, mas com os rendimentos reais em queda. O consumo das famílias é muito direcionado pela massa salarial, que por sua vez é muito influenciada pela inflação”, enfatizou.

Rebeca apontou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no país, acumulado em 12 meses ficou 10,7% acima do registrado no primeiro trimestre de 2021. Associada à inflação, a taxa básica de juros passou de 2% para 10,1% ao ano.