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"Em algumas cidades é permitido ter o animal, mas proíbem a criação comercial em centros urbanos" afirmou a veterinária

PET: Criadores mostram rotina de cuidados com mini porco

Pesando de 30 a 80 kg e com uma expectativa de vida de 20 anos, esses porquinhos passaram a fazer parte do seleto grupo de animais de estimação

Alimentação equilibrada, uso constante de filtro solar e até de xampu hidratante são alguns dos cuidados que marcam a rotina dos mini porco, uma versão em miniatura dos suínos convencionais, que podem atingir mais de meia tonelada.

Pesando de 30 a 80 kg e com uma expectativa de vida de 20 anos, esses porquinhos passaram a fazer parte do seleto grupo de animais de estimação. Mas, atenção, não é toda cidade que permite a criação de suínos em centro urbanos.

O “pequeno” Adolfo é um exemplo. Com manchinhas pretas estampadas na pele e focinho cor-de-rosa, ele arranca suspiros por onde passa.

Aliás, não é à toa que o animal tem sido procurado por marcas para anunciar produtos de higiene, petiscos e até roupinhas.

“Mostro o dia a dia e as travessuras dele. Adolfo é inteligentíssimo, mas dá trabalho (…) a fuça dele é um aspirador. Para comer, ele berra alucinadamente, não é igual aos cães que dão uma olhadinha”, contou a publicitária Juliana Toledo, que mantém uma chácara em Vargem Grande Paulista (SP).

Criadouro especializado

Assim como a maior parte dos pigs, Adolfo veio de um criadouro especializado em animais miniaturas voltados ao mercado pet. Em média, cada filhote custa R$ 3 mil reais, mas os valores vão além com os gastos de alimentação, bem-estar e saúde.

Abrir a porta da geladeira, deitar no sofá e revirar o lixo são algumas das artimanhas do porquinho Adolfo. Por conta disso, Juliana precisou fazer adaptações na casa, como usar uma lixeira feita de concreto e aplicar fechaduras na cozinha.

Apesar do trabalho, a publicitária ressalta que é um alívio ver Adolfo esbanjando saúde. Há alguns anos, o mini pig passou por um cálculo renal.

Na época, a tutora desembolsou mais de R$ 5 mil em procedimentos cirúrgicos, medicamentos e acompanhamento veterinário. “Ele virou a minha vida do avesso e ensinou o que é amor condicional”.

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Sensíveis como os humanos

Por possuírem características imunológicas parecidas com a dos humanos, os suínos também são suscetíveis a gripes e doenças como hipertensão. Além disso, a pele deles é extremamente sensível e não pode ficar exposta ao sol por muito tempo. Por isso, o uso de filtro solar e shampoos hidratantes é importante.

Assim, tamanha semelhança com os humanos tornou os porcos alvos de testes cirúrgicos, diz Izabelle Joanny de Oliveira, mestre em medicina veterinária e especialista em suínos há quase 10 anos. “O único problema era o tamanho, que passava longe de uma pessoa, mais de 500 quilos.”, explicou a veterinária, que atende clientes por todo o estado de São Paulo.

Contudo, questionada sobre o método usado para reduzir o tamanho dos suínos, Izabelle explicou que não há informações claras sobre o tema, mas, afirmou que modificação genética por cruzamentos é uma das possibilidades.

O mini porco, diz ela, criado em 1949, na Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, a partir da necessidade em ter um suíno que se assemelhasse ao tamanho de um corpo humano.

Maternidade de mini porcos

Há quase 70 quilômetros da capital paulista, em São Roque, fica uma espécie de maternidade de mini porcos.

A fazenda, que é aberta para visitação, também trabalha com a criação de outros “animais miniaturas”, como coelhos, caprinos e vacas.

O trato deles não difere muito dos animais convencionais, exceto pela quantidade e qualidade dos alimentos oferecidos. Além das rações especiais, ricas em nutrientes que não provocam o efeito de engorda, os porquinhos têm um cardápio rico em tubérculos e verduras.

“É uma alimentação equilibrada que vai definir o tamanho do pig, além da genética, adquirida a partir de cruzamentos”, contou Luiza Guedes, funcionária da fazenda.

A lei permite ter um mini porco em casa?

A legislação pode mudar de um município para outro. “Em algumas cidades tem permissão ter o animal, mas proíbem a criação comercial em centros urbanos” afirmou a veterinária, mais conhecida como ‘Doutora Pig”.

É o caso de São Paulo, onde a Lei 10.309 define que: “É proibida a criação e a manutenção de animais de espécie suína, em zona urbana”. Segundo Izabelle, a lei criada por conta dos animais criados no fundo do quintal, que não recebem os cuidados adequados e acabam disseminando doenças.

Além disso, a imunização também é um ponto de atenção! Assim como gatos e cachorros, os suínos devem ser vacinados e vermifugados com frequência. “Aqui, só não passamos filtro solar porque as baias são cobertas e fechadas”, contou Luiza Guedes, vendedora de mini animais da fazenda.

Ao ano, afazenda comercializa mais de 100 animais voltados para a domesticação. Os clientes são, geralmente, casais e famílias com crianças, que buscam inovar na categoria “pai” de pet, segundo Luiza.

Aliás, cada porquinho custa, em média, R$ 3 mil, mas, os interessados devem ter consciência de que os gastos podem ser ainda maiores ao longo dos anos de criação.

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Fonte: g1